sexta-feira, novembro 30, 2007

PANDEIRO – O INSTRUMENTO QUE ACOMPANHA AS BATIDAS DO CORAÇÃO

Meu pandeiro brasileiro... Olhando a sua árvore genealógica, observo que esse pequenino instrumento, hoje um dos grandes símbolos da cultura popular brasileira, é da família dos membranófonos e referências remotas suas podem ser encontradas já nas escrituras sagradas (I Samuel, 18:6). Derivado do tambor, o pandeiro persegue o homem ao longo da sua odisséia de utilização das habilidades manuais, essa faculdade libertadora que, sob o comando do cérebro, ajudou-nos a modelar o mundo peculiar ao nosso redor. A percussão acompanha o homem, das festividades sagradas às profanas, em sinais de luto ou de júbilo, desde os povos mais antigos como os fenícios e egípcios.

Também temos o adulfe como integrante desta família, espécie de pandeiro quadrado, com membrana bilateral, geralmente adornado com fitas e sem platinelas (aquelas pequenas placas cromadas ou niqueladas de latão ou bronze que produzem o som metálico do instrumento). A partir da Idade Média, na Europa, adulfes, pandeiretas e pandeirolas difundiram-se através dos toques dos artistas ambulantes, sendo utilizados em festas folclóricas pela Itália, Espanha e Portugal, até darem entrada no ambiente da Côrte e integrarem-se às orquestras.

A migração portuguesa para o Brasil traria consigo a tradição das procissões, pastoris e, consequentemente, os primeiros registros de utilização do pandeiro em meados do século XVI, em celebrações de Corpus Christi. Assim, instala-se o pandeiro que, juntamente com as manifestações africanas, foi sendo utilizado e modificado até ganhar identidade nacional com a MPB e uma forma muito especial de execução. Hoje, o leque de ritmos que o instrumento abarca é imenso, tendo-se fixado como referência desde o samba, o choro e o frevo, até ritmos menos convencionais como o funk.

No Nordeste nasceu um dos maiores ritmistas, o paraibano Jackson do Pandeiro, que se radicou em Pernambuco e fez nome com suas levadas, toques e batuques no forró. Cada instrumentista tem os seus truques, mandingas e façanhas singulares de expressão manual, que dão o molho rítmico e contagiante necessários para a música. Pondo-se à parte a fabricação em série, igualmente especial é a forma de fabrico artesanal do instrumento: cada artesão com suas técnicas de tratar a madeira, parafusá-la, envernizá-la, além da escolha do couro de cabra para se extrair o desejável som grave veludoso. Nesta linha de manufatura meticulosa, podemos citar os nomes de Aluízio de Fortaleza, Lanka de Campina Grande e Chico Nunes do Recife.

E ao aportarmos na capital pernambucana, podemos finalizar este texto, destacando alguns pandeiristas que se dedicaram no desvendar dos segredos do pandeiro, ainda que isso nos custe a injustiça de omissão de nomes importantes. Entre vários deles, encontramos desenvoltura e destaque, por exemplo, nos percussionistas Lula do Pandeiro, Xaruto, Walmir Chagas (ator), Mamão, George, Gilberto Campello (do grupo Sa grama) e Tadeu dos Santos (da Orquestra Retratos do Nordeste). Aqui fica a nossa homenagem singela, “in memoriam”, a quatro grandes referências em nosso Estado, na arte do toque do pandeiro e para os quais este texto é dedicado: os mestres Maciel, Galego do Pandeiro, Cosme e Aluízio do Pandeiro.


João Araújo é compositor, pandeirista e aluno do Mestrado
em Criações Literárias Contemporâneas
da Universidade de Évora, Portugal
http://www.jpoeta.blogspot.com

quinta-feira, novembro 29, 2007

Lançamento - SANTIAGO ALQUIMISTA 15 DE DEZEMBRO

Fantástico livro de Poesia - Patricia Madeira - Minh'Alma em Pedaços (Corpos Editora)

quarta-feira, novembro 28, 2007

O Silêncio das Almas

Lançamento dia 30 de Novembro ás 19.30 hrs no Palácio das Galveias, Lisboa/Campo Pequeno.

APAREÇAM!!!

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O SILÊNCIO DAS ALMAS


“Até parece que foi hoje. Levantou-se, fez as malas... E sempre em silêncio, apenas saiu…”

“Nove anos de uma vida em comum e acordei com a sensação de que, à parte de termos compartido os lençóis da mesma cama e algumas horas de alguns dias das nossas vidas, não partilhámos absolutamente mais nada...”

Esconder, silenciar, abdicar do ser próprio para nos moldarmos ao ser amado...

O medo de ferir, abrir diálogos passados para não por em causa um futuro incerto, quase sempre com os dias contados...

O espelho do quarto, o nosso melhor confidente; o corpo que se arrasta sem forças para mais... o silêncio...

Há sempre um dia em que a alma diz “BASTA” ,como um grito fechado numa gaveta empoeirada pelo peso do tempo; há sempre um dia em que acordamos fartos de viver o que ainda não existe e queremos fugir do que já vivemos, fugir de nós, fugir de tudo e de todos...

“ O Silêncio das Almas” fala desses dias em que o mundo cái sobre as nossas costas sem que o possamos mais suster; esse mundo onde o silêncio e o amanhã são almas gémeas que acabam por sacrificar tudo o que ficou para trás, tudo o que foi bom, tudo o que deixou de ser, hoje, aqui e agora.

“O Silêncio das Almas” é uma história contada a duas vozes, uma história sobre os desencontros que caminham na mesma direcção à procura da mesma coisa, de maneira diferente... em silêncio.

Os Autores


Hugo Girão & Isabel Fontes

segunda-feira, novembro 19, 2007

Nota Informativa acerca das alterações ao template

Caros Visitantes,

Tive de alterar o template por incompatibilidade de sistemas e peço, desde já, desculpa se perdi algum link que estava no sidebar. Posso prometer que, a seu tempo, serão todos repostos. Peço a Vossa paciência.

domingo, novembro 18, 2007

CIÊNCIA E ARTE – UMA MISTURA CRIATIVA

Ciência e Arte, separadamente, são campos do conhecimento onde sempre se pôde testemunhar os frutos mais surpreendentes colhidos da criatividade humana. Separadamente? Será que é mesmo assim? Nem sempre... Pesquisas atuais(1) na área da Psicologia da Criatividade têm indicado que a polimatia é uma característica importante nas pessoas bem sucedidas nas pesquisas e produções tanto artísticas, quanto científicas.

Olhemos mais de perto esta palavra pouco usual. Polimatia vem de uma composição do grego polýs, muito, + mathein, aprender. Assim, podemos compreendê-la em termos de uma pessoa com instrução e cultura extensa e variada. Segundo um dos inventores da Mecânica Quântica, o físico Max Plank, que também tocava piano, o cientista pioneiro deve ter uma [...] imaginação artisticamente criativa(2).

Os estudos em que nos baseamos têm sido realizados por Bernstein que, dentre as várias linhas de análise, sugere a observação das publicações dos membros da National Academy of Sciences (USA). Os resultados revelaram que aqueles cientistas que estariam mais envolvidos com hobbies artísticos, tinham probabilidade maior de alcançar eminência na Ciência e estavam no topo das citações.

Mas não precisamos apenas avaliar dados recentes da Psicologia para verificarmos a importância desta união. Se voltarmos o nosso olhar para a História, encontramos provas de que a polimatia rendeu bons frutos para a humanidade, a exemplo do longo e rico período renascentista.
Os maiores mestres daquele tempo de redescoberta e utilização de virtudes, aptidões, saberes e culturas antigas, ainda hoje nos enchem de orgulho. Só para relembrar dois casos exemplares de erudição ampla que nos marcaram, temos Michelangelo di Ludovico, que foi pintor, escultor, poeta e arquiteto, e Leonardo da Vinci, que com as suas habilidades polímatas destacou-se no ramo da Pintura, Arquitetura, Engenharia, Ciência, Escultura, além de também ter aprendido Ótica, Perspectiva, Música e Botânica.

Assim, agora quando pensarmos em polimatia, recordamos os grandes mestres do passado e podemos sempre tentar buscar e reinvindicar por uma pedagogia atual que tenha suas bases sustentadas na variedade dos saberes.
João Araújo é compositor e aluno do Mestrado
em Criações Literárias Contemporâneas
da Universidade de Évora, Portugal

http://www.jpoeta.blogspot.com/

(1) ROOT-BERNSTEIN, Robert and ROOT-BERNSTEIN, Michele. Artistic Scientists and Scientific Artists: The Link Between Polymathy and Creativity. In AAVV. [2004]. Creativity – From Potencial to Realization, pp. 127-151. Edited by Robert J. Sternberg, Elena L. Grigorenko and Jerone L. Singer. Washington: APA.

(2) Idem, ibidem, p. 134.

sábado, novembro 17, 2007

27ª edição do Festival de Teatro da Covilhã começa domingo
A 27ª edição do Festival de Teatro da Covilhã começa no domingo e até ao dia 1 de Dezembro levará ao palco da sede do Teatro das Beiras um conjunto de 13 peças por diferentes companhias do país e pelo menos uma cara conhecida dos ecrãs da TV.
Seis das peças são dedicadas às crianças, com o objectivo de «formar novos públicos», realça Fernando Sena, director da companhia profissional, que lamenta a falta de apoios.
Com um orçamento de 60 mil euros, «este é - assinala - o festival possível, dadas as limitações financeiras». A iniciativa é financiada apenas pela Direcção Geral das Artes.
A este propósito, Fernando Sena lamenta a falta de apoio da Câmara da Covilhã, observando que «não há sequer uma resposta» da autarquia a explicar a razão.
Questionado pela Agência Lusa, o presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, confirmou ter um pedido do Teatro das Beiras, ainda sem resposta.
«Tenho uma carta em cima da mesa, vamos ver o que se pode arranjar», disse.
O programa do Festival arranca domingo com «Molière», uma comédia biográfica de Carlos Goldoni sobre um dos seus mestres declarados, apresentada pela companhia anfitriã.
No dia 22, a Quarta Parede, outra companhia da Covilhã, apresenta «Os fios que a lã tece», um espectáculo que reconstitui o passado da cidade, ligado à indústria dos lanifícios.
Segue-se uma comédia negra sobre a frivolidade da vida contemporânea intitulada «A Tua Ternura Molotov», pelo Al-MaSRAH Teatro (Tavira). A peça é apresentada no dia 23.
Para dia 24 está reservado um dos destaques do Festival: «Stabat Mater», pelos Artistas Unidos (Lisboa), que leva à Covilhã a actriz Maria João Luís.
Depois de ter encarnado Natália de Noronha, uma das personagens mais bem humoradas da telenovela «Doce Fugitiva» (TVI), Maria João Luís surge em «Stabat Mater» num registo completamente distinto como ex-prostituta, mergulhada na miséria e cheia de ódio contra a sociedade, numa peça de António Tarantino.
O Trigo Limpo Teatro Acert (Tondela) apresenta «Duas Histórias de Solidão, Duas Histórias a Sós» no dia 29, com duas personangens em registos paralelos sobre momentos marcantes das suas vidas.
A parte final do festival tem humor, no dia 30, com a comédia «O Valentão do Mundo Ocidental», de Synge, apresentada pelo CENDREV (Évora), e um conto popular no 1 de Dezembro, «Miséria», pelo Teatro de Marionetas do Porto.
Todos estes espectáculos estão marcados para as 21:30. Mas o cartaz inclui outras seis peças para crianças, com sessões, às 11:00 e 14:30.
Estas sessões arrancam dia 19 com o grupo Jangada de Pedra e a peça «Quem come a minha casinha», seguindo-se «A Revolta dos Livros» (dia 20) pelo Teatro de Portalegre, «Tosta Mista Show» (dia 21) pelo grupo Tosta Mista, e «Agakuke e Mamadu o Marabu» (dia 26), pelo Lua Cheia Teatro.
As últimas duas peças para os mais novos são apresentadas pelo grupo Marimbondo, com a «Volta ao Mundo em 10 instrumentos» e o Teatro do Imaginário com «Uma árvore com história».
O programa do Festival de Teatro da Covilhã inclui ainda animação musical com a Roda do Chorinho, dia 24, e Kumpania Algazarra, no dia 1 de Dezembro, ambos às 23:00, no Café Teatro da sede da companhia.

Fonte: Diário Digital / Lusa
Uma boa Série de entretenimento para ver ou rever todas as noites na RTP 2 por volta das 20H30.....

Câmara Clara na RTP 2

Amanhã, 18 de Novembro de 2007

Num momento em que o modelo do ensino artístico da música está a ser debatido em Portugal, a pianista Gabriela Canavilhas, directora da Orquestra Metropolitana de Lisboa, e Joana Carneiro , a maestrina que foi contratada pela Filarmónica de Los Angeles e é agora o maestro convidado da Orquestra Gulbenkian, falam-nos do que traz de único à formação de um ser humano a formação musical, debatem sobre o tipo de contrato que devem ter os músicos de uma orquestra e contam-nos como é impor a sua autoridade a dezenas de artistas habituados a serem comandados por homens. Uma emissão em que lhe fazemos uma visita guiada à exposição de Robert Rauschenberg, um dos mais importantes artistas visuais do século XX; lhe apresentamos o ciclo dedicado a Thomas Bernhard, um dos grandes nomes da literatura mundial; o último livro de Gonçalo M. Tavares e muitas outras coisas que não vai querer perder.
Último dia para aproveitar o Festival de Dança de Alcobaça

Link: http://www.cm-alcobaca.pt/page.php?ID=5317
O Valentão do Mundo Ocidental

John Millington Synge

O “Valentão do Mundo Ocidental” é a obra-prima de Synge, a peça que lhe trouxe fama internacional. Ao fazer com que Christy Mahon, o Valentão, acredite que matou o pai, ainda que tal não tenha acontecido, Synge explora as possibilidades cómicas do tema edipiano que envolvem tanto o parricídio como o incesto. Esta comédia esplêndida e extravagante adquire ressonâncias trágicas quando Synge, mais uma vez, faz contrastar o mundo do sonho ou da ilusão (o mundo do Valentão) com o mundo da realidade crua que não pode ser redimida pela imaginação (o mundo dos camponeses). Quando a peça foi apresentada pela primeira vez no Teatro da Abadia, em Dublin, o público provocou um tumulto, chocado com a violência da acção e com a imagem da Irlanda que ela veiculava.

Encenação: José Russo
Cenografia e Figurinos: Sara Machado da Graça
Interpretação: Álvaro Corte Real, Ana Leitão, Ana Meira, Elsa Oliveira, Figueira Cid, Jorge Baião, Maria Marrafa, Nelson Boggio, Rui Nuno e Victor Zambujo

Em cena até 25 de Novembro
Terça a Sábado, às 21h30
Teatro Garcia de Resende (Évora)

quinta-feira, novembro 15, 2007

Corvus Corax + The Moon And The Nightspirit


Estas duas bandas trazem ao nosso país uma sonoridade que infelizmente não é muito divulgada por cá. Praticantes de um som folk/medieval, são na actualidade, a par dos Ataraxia, os "deuses" deste género musical no velho continente. Ficam aqui as três datas:


15 de Novembro -
BRAGA

Local: Auditório Adelina Caravana do conservatório de música Calouste Gulbenkian
Preço: 15€
Horário de início: 21h


16 de Novembro - CORROIOS - SEIXAL

Local: Cine-teatro de Corroios
Preço: 20€ (venda antecipada) 23€ (próprio dia)
Horário de início: 21h


17 de Novembro - COIMBRA

Local:
Centro Norton de Matos
Preço: 17€ (venda antecipada) 20€ (próprio dia)
Horário de início: 21h

Bilhetes à venda nos locais habituais.

Mais informações:

Festivais PT
http://forum.festivaispt.org/showthread.php?t=3007

Corvus Corax
Homepage: http://www.corvuscorax.de/
MySpace: http://www.myspace.com/spielleute

The Moon And The Night Spirit
Homepage: http://www.themoon.equilibriummusic.com/
MySpace: http://www.myspace.com/themoonandthenightspirit




quinta-feira, novembro 08, 2007