sexta-feira, setembro 29, 2006

World Press Photo 2006 e Prémio Visão Fotojornalismo 2006

O júri internacional do 49.º concurso anual da World Press Photo elegeu uma fotografia a cores do fotógrafo canadiano Finbarr O Reilly, da Agência Reuters, como a imagem World Press Photo do ano 2005.

A fotografia foi tirada em Tahoua, no noroeste do Níger, em 1 de Agosto de 2005.

O presidente do júri, James Colton, descreve assim a imagem vencedora: Esta fotografia persegue-me desde que a vi pela primeira vez. Permaneceu na minha cabeça, constante, mesmo após ter visto os milhares de outras fotografias a concurso. Esta imagem tem tudo – beleza, horror e desespero. É simples, elegante e comovente.

6.º Prémio Fotojornalismo VISÃO Banco Espírito Santo
O Grande Prémio desta sexta edição foi atribuído a Pedro Correia do Jornal de Notícias. O Prémio Fotojornalismo VISÃOBanco Espírito Santo, o maior galardão nacional destinado a distinguir o que de melhor se faz em fotografia para imprensa, associa-se mais uma vez à World Press Photo. O resultado é uma exposição com dezenas de imagens, um retrato dos momentos mais marcantes de 2005

Informações Úteis:

Centro Cultural de Belém
29 de Setembro a 22 de Outubro de 2006
De terça a domingo, das 10:00 às 19:00. Última entrada às 18:15
Galeria 2/ Piso 1 do Centro de Exposições

terça-feira, setembro 26, 2006

DOIS

Companhia Rui Lopes Graça
29 de Setembro - 22h00
C. C. Olga Cadaval - Auditório Jorge Sampaio


Coreografia: Rui Lopes Graça
Selecção Musical: Rui Vieira Nery
Dramaturgia: Joana Craveiro
Intérpretes: Bruno Guillore e Joana Bergano

O projecto “Dois” é um espectáculo para dois intérpretes pensado a partir da ideia de Romeu e Julieta e do fascínio que reside na impossibilidade de dar continuidade ao encontro amoroso dos protagonistas. Se o trágico exerce sobre nós tamanho poder de sedução, é por de alguma maneira já o termos vivido e conhecido. “Dois” passa-se na idade da adolescência. Onde se passam “todas” as descobertas e se vivem os dias, movidos pelo intenso fogo do desejo e da paixão. Onde o medo da diferença leva por vezes ao complexo e auto exclusão, à incomunicabilidade e mutilação.
Atraídos pelo drama que se adivinha, precipitamo-nos na curiosidade do seu desenlace, como que expectantes do desfecho da nossa própria história.

sábado, setembro 23, 2006

LANÇAMENTO DE LIVRO - Magna Editora



No Sábado, dia 30 de Setembro de 2006, terá lugar o lançamento do livro “O grito das verdades mudas”, no Museu da Cidade de Lisboa, no Campo Grande.
O autor, Paulo Jorge , nasceu em Braga, ao décimo dia de Janeiro, decorria o ano de 1977, e foi aí que viveu até aos seus 12 anos. Após essa idade deu início à viagem que é a sua vida. E viagem é a palavra certa para descrever essa vida. De Braga foi para o Porto, aos 16 anos seguiu para Lisboa e aos 18 o destino foi a Alemanha. Daí estabeleceu ponte para toda a Europa e alguns países da Ásia, como o Iraque. Dos 18 aos 26 anos conheceu toda a Europa onde teve a possibilidade de conhecer as realidades políticas, sociais e religiosas dos mais diversificados países. Aos 26 anos voltou a Portugal e sentiu a necessidade de intervir, escolhendo a escrita como forma de apaziguar essa necessidade de alertar para as injustiças a que assistia. É dessa necessidade, aliada aos conhecimentos adquiridos através da convivência com povos de dispares culturas, que resulta esta primeira obra do autor. ler mais



MAGNA EDITA FRANCESCA LAMBRUSCCO

A obra de Francesca Lambruscco será editada em Portugal pela Magna Editora. Francesca Lambruscco nasceu no dia 10 de Abril no ano de 1976 na província de Modena, em Itália. Filha de pai italiano e mãe portuguesa. Desde muito nova cultivou o gosto pelas línguas, escrevendo e falando fluentemente italiano, português e francês, tornando-se esta última uma grande paixão. ler mais
Filo-Café: Língua e Literatura Mirandesas
23 Setembro 2006, 21h 30m
Clube Literário do Porto
Rua Nova da Alfândega, 22
Porto
Convidado: Amadeu Ferreira

Emissores:
alberto augusto miranda, alexandre teixeira mendes (porto), amarante abramovici (porto), ana úrsula martins (gaia), amilcar mendes (porto), andré sebastião (gaia), antónio pedro ribeiro (braga), aurelino costa (argivai), bruno ribeiro (póvoa de varzim), célia gonçalves (curia), cruz martinez (vigo), dino fresco almeida (porto), estela guedes (britiande), fernando rocha (porto), filipe santos (porto), henrique dória (gondomar), joana barata (porto), josé meirinhos (porto), luis serguilha (famalicão), manuela gavião (maia), maria josé nunes de sá (matosinhos), marta loureiro (porto), nuno moura brás (porto), nuno rebocho (lisboa), otília costa (maia), patrícia esteves (gaia), pedro marcos (sendim), rosanegra (vigo), rui costa (gaia), salviano ferreira (oliveira do douro), sara jess (compostela), sónia alves (lisboa), susana pestana (porto), teixeira moita (braga), tiago afonso (porto), william gavião (maia)

Embora se saiba, existem em Portugal duas línguas. Ambas dissolvidas, com fenicialidade e arabalidade, do latim.O que é pouco para tanto milhão de habitante. Fica a saber-se que a maioria não tem língua própria. Embora se saiba, dezenas de línguas do crioulo ao árabe, do bretão ao chinês, do
tarahumara ao francês-midi, constituem hoje a melhor música da península.


alberto augusto miranda
http://incomunidade.blogspot.com
Tm: (00351) 965817337

quinta-feira, setembro 21, 2006

Slavoj Zizek


Slavoj Zizek nasceu em 1949 em Liubliana, Juguslávia. É investigador do Instituto de Sociologia na Universidade de Liubliana, professor da New School for Social Research em Nova Iorque e fundador da Sociedade de Psicanálise Teórica de Liubliana, entre outras actividades.

É por muitos considerado o "filósofo do novo", polémico e revolucionário, propõe uma leitura crítica da actualidade social subjacente a uma reformulação do pensamento filosófico (Hegel, Kant, Heidegger, etc) a partir da revolução psicanalítica de Jacques Lacan e do materialismo dialéctico e histórico de Marx.

A sua última obra é "The Parallax View", considerado um dos trabalhos teóricos mais brilhantes da actualidade. A "paralaxe" pode ser definida como um deslocamento ilusório de um objecto provocado por uma mudança na posição de observação. Zizek propõe-se a abordar a actualidade a partir do que ele designou de "parallax gap" (um hiato, uma lacuna de paralaxe), ou seja, um buraco que separa dois pontos entre os quais não existe qualquer mediação possível, mas ligados por um impossível "curto-circuíto" de níveis que nunca se poderão encontrar (como é o caso da consciencia e do inconsciente).

Zizek tem dois livros traduzidos em português: "Bem-Vindo ao Deserto do Real" e o "Elogio da Intolerância", do qual fica uma citação bastante interessante para despertar curiosidades:

"Quando o sistema patriarcal é definitivamente minado, de tal maneira que o sujeito passa a viver-se como livre de todas as coerções tradicionais, desprovido de um Interdito simbólico interiorizado, determinado a fazer as suas próprias experiências e a perseguir o seu projecto de vida pessoal, etc., devemos pôr-nos então a questão capital dos «apegos apaixonados» denegados que subjazem à nova liberdade reflexiva do sujeito desprendido das imposições da Natureza e/ou da Tradição: a desintegração da autoridade simbólica pública («patriarcal») é paga (ou contrabalançada) por um «apego apaixonado» à sujeição, laço denegado que se torna por isso ainda mais forte, como parece indicá-lo, entre outros fenómenos, a multiplicação de casais lésbicos sadomasoquistas em que a relação entre as duas mulheres obedece à estrita, e muito codificada, configuração Senhor/Escravo - a que dá ordens é a «superior», a que obedece «inferior».
(...)
estamos perante o verdadeiro paradoxo da forma de coexistência livremente consentida Senhor/Escravo, que proporciona uma profunda satisfação libidinal, na medida em que, precisamente, liberta os sujeitos da pressão de uma liberdade excessiva e da falta de uma identidade determinada. A situação clássica é, deste modo, invertida: em lugar e em vez da subversão carnavalesca irónica da relação Senhor/Escravo predominante, estamos perante relações sociais entre indivíduos livres e iguais, em que o «apego apaixonado» a uma certa forma extrema de dominação e de submissão estritamente organizada se torna a origem secreta de uma satisfação libidinal, o suplemento obsceno da esfera pública feita de liberdade e de igualdade. Em resumo, a relação Senhor/Escravo estritamente codificada apresenta-se como a própria forma de «transgressão intrínseca» a sujeitos que vivem numa sociedade em que a totalidade das formas de vida é experimentada como uma questão de livre escolha de um modo de vida"

Fórum Alentejo

Convida a participarem, no dia 22 de Setembro de 2006, pelas 18h, no Auditório 1, do Colégio Luís Verney, na Universidade de Évora, à conferência debate: Alentejo na Europa - 20 anos depois.

Este evento conta com os Oradores Convidados: Eng. Armando Sevinate Pinto e Prof. Dr. José Bravo Nico. Participa no debate e contribui com a tua opinião!

quarta-feira, setembro 20, 2006

II LUZBOA Bienal Internacional da Luz

DE 21 A 30 DE SETEMBRO

A Luzboa é uma Bienal Internacional da Luz. E consiste num programa de arte urbana integrada na cidade, que convida os transeuntes a redescobrir Lisboa através da LUZ, percorrendo um "caminho de luz" constituido por diferentes intervenções artísticas no espaço público.

A principal intervenção da Bienal é o Projecto RGB que, a partir da ideia das três cores primárias [Red/Vermelho; Green/Verde e Blue/Azul], altera a Luz Urbana de três circuitos que, do Príncipe Real a Alfama, atravessando a Baixa, celebram três diferentes ‘Lisboas’. O Projecto RGB explicita os três Circuitos da Bienal, interligados e cada um deles correspondendo a um espaço-ambiente urbano característico:

Circuito Red - Lisboa Aristocrática
Do Principe Real ao Largo Camões

Circuito Green - Lisboa Pombalina
Do Chiado a Santa Justa

Circuito Blue - Lisboa Antiga
Da Rua da Madalena ao Largo de Santo António à Sé

Mais informações: www.luzboa.com

terça-feira, setembro 19, 2006

Livraria Livrododia - Apresentação

No próximo sábado, 23 de Setembro, pelas 17 horas, estará presente na Livraria Livrododia, José Afonso Furtado, para apresentar o seu novo livro O Papel e o pixel - do impresso ao digital: continuidades e transformações da editora Escritora do Livro (Florianópolis - Brasil)

"Desde 1992, Furtado é diretor da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, uma das maiores instituições culturais privadas da Europa, com sede em Lisboa, onde vivencia no cotidiano os desafios da gestão de um rico acervo bibliográfico posto à disposição da comunidade de leitores especializados.
[...]A obra que o leitor tem em mãos é um panorama muito atualizado dos desafios que enfrentam a edição, a autoria e a leitura, em todos os seus espaços de produção e realização, desde as condições sociais das práticas de leitura e escrita, as bases socioeconômicas do mundo da edição impressa e digital, as transformações nas formas de preservar, distribuir, acessar conhecimentos na chamada sociedade da informação, quanto às práticas sociais de construção do conhecimento, de novas sociabilidades e das subjetividades, onde também se apontam os problemas, dificuldades e potencialidades que se abrem no contemporâneo, com suas gêneses e perspectivas futuras."
(Aníbal Bragança, no prefácio)

A não perder


O Tigre e a Neve

Dissimuladamente, ao seu jeito satírico e pseudo-inocente, com algumas trapalhadas à mistura, Benigni lá vai expondo ao mundo, o seu ponto de vista sobre questões sociais e polémicas da história e do quotidiano.

Este é mais um excelente filme, de um actor/realizador que se arrisca a que lhe chame "o preferido".

Ficha Técnica
Actores:
Roberto Benigni; Jean Reno; Nicoletta Braschi; Tom WaitsAno: 2005
Idade: M/12
Duração: 114 minutos
Género: Comédia
Distribuidora: Lusomundo
País de Origem: Itália

Sínopse
«O cenário é a guerra do Iraque cada vez mais perigosa. Na cidade de Roma, um poeta, eterno apaixonado, sonha constantemente com o casamento que o uniria à mulher por quem está a morrer de amores. Mas o seu amor não é de todo correspondido. Certo dia, a sua amada, que se encontra em Bagdad a escrever uma biografia de um poeta iraquiano, sofre um atentado. Conduzido pelo seu amor louco este homem parte para ao encontro desta mulher....»

Apresentação
Clique
aqui (Let's look at the trailer!)

Circunstâncias circunstanciais

Festival Música Viva 2006

Intersecções de novas linguagens e estéticas musicais

Metamorfoses da criação musical contemporânea

De 23 de Setembro a 27 de Outubro de 2006 em Lisboa na Fundação Calouste Gulbenkian, no Instituto Franco-Português, no Mosteiro dos Jerónimos, no Centro Cultural de Belém e no Teatro Maria Matos.

Mais informações:http://www.misomusic.com/

segunda-feira, setembro 18, 2006

A Casa Quieta (Partilha Literária)



“Sou assim, como depois há-de constatar, sou muito de dar atenção a pormenores, porque às vezes um detalhe esconde o segredo que procurávamos, às vezes um detalhe pode salvar-nos a vida. E não digo isto apenas num sentido teórico mas num sentido literal. Ou seja, não se trata só de uma metáfora.
Agora fico na dúvida se metáfora se aplica aqui
Não, esqueça a metáfora, palavra desadequada, não quero que comece logo a pensar que sou um iletrado, estou apenas nervoso, desconfortável. Mas continuando, atenção ao pormenor do pormenor, passe o pleonasmo. E vai outra
Pleonasmo não é bem isto
seria dizer qualquer coisa como descer para baixo, bem sei, tome isto como outra atrapalhação, quero causar boa impressão e acontece-me não raras as vezes o contrário, hoje é da circunstância de o conhecer, de saber o que me traz aqui, de ver barquinhos no Tejo e não recordar a última vez que os vi assim. Aqui, neste pormenor, poderá ver que me comovo com pouco, verá que é uma das minhas fraquezas
Fraquezas sim fraquezas
porque não há nada de poético em passarmos a vida de lágrimas nos olhos, a soluçar diante de qualquer cena de um filme, a arrepiar-me quando oiço certa música. É um peso demasiado grande para carregar, garanto-lhe
É um sofrimento”

in
“A Casa Quieta” de Rodrigo Guedes de Carvalho [Publicações D. Quixote]

Nesta partilha literária, irei falar-vos de um dos livros do jornalista da SIC, Rodrigo Guedes de Carvalho. Escolhi-o, não por ter sido um êxito de vendas, mas porque o romance, para além de muito bem escrito, descreve de uma forma fiel a reacção humana perante a morte, a solidão, a loucura, o amor, a traição...
No livro “A Casa Quieta”, Rodrigo Guedes de Carvalho conta o percurso de vida de um casal, Mariana e Salvador, e como a relação de ambos se vai modificando ao longo do tempo, influenciada, ora por factores internos, inerentes à sua condição humano, ora por factores externos, como os familiares...

quinta-feira, setembro 14, 2006

Festival dos Caminhos da Transumância


Festival dos Caminhos da Transumância- Chocalhos 2006
15, 16 e 17 de Setembro - Alpedrinha - Fundão


Animação de rua, Gaiteiros, Chocalheiros, Concertos, Tasquinhas e lojas e Passeio pedestre com rebanho

Programa:

Sexta-Feira -15 de Setembro
18h00- Abertura do acampamento “Rota da Transumância” – Quinta do Anjo da Guarda
19h00 - Abertura
Desfile
Grupo de Bombos de Alpedrinha
Rancho Folclórico de Cernache do Bonjardim
Acordeonistas
21h30 - Actuação do Rancho Folclórico de Cernache do Bonjardim
Concerto Clássico de Sopros - Capela do Leão
Cantares ao Desafio
Acordeonista Sertório

Sábado – 16 de Setembro
09h00 – “O solitário caminho dos pastores” (passeio pedestre Alpedrinha-Póvoa da Atalaia). Saída: Largo da Junta de Freguesia de Alpedrinha
11h00 - Arruada: Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho
16h00 - Espectáculo com Quarteto Mayade
17h00 - Conversas Transumantes “A Pastorícia e o Desenvolvimento” com Santiago Bayón Vera, moderada por Maria João Centeno, na Capela do Leão - Quarteto Mayalde, na Capela do Leão
18h00 - Desfile Bombos e Folia da Casa do Povo do Paul Gigabombos Roncos do Diabo Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho Rancho Folclórico da Casa do Povo de Souto da Casa e Grupo de Bombos
21h30 - Rancho Folclórico da Casa do Povo de Souto da Casa, Largo da Igreja - Cantigas à desgarrada, Largo da Fontainha
22h00 - Quarteto Mayalde, Largo da Fontainha
22h30 - Rancho Folclórico da Casa do Povo do Souto da Casa, Largo da Fontainha Cantigas à desgarrada, Largo da Igreja

Domingo - 17 de Setembro
8h30 - Passeio Pedestre “Rota da Transumância” Fundão – Alpedrinha (saída Praça do Município)
10h30 - Chegada do Rebanho a Alpedrinha e Arruada pelos Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho
12h00 - Missa Dominical
16h00 - Lançamento do livro “Ar Serrano” de Luis Filipe Maçarico, na capela do Leão
17h00 - Desfile Grupos de bombos de Alcongosta; Castelejo e Donas e os Zabumbas de Alpedrinha; Chocalheiros; Gaiteiros Acordeonistas (Associação Acordeonistas da Beira Baixa)
21h00 - Actuação do Rancho Folclórico da Cova da Beira da Junta de Freguesia do Fundão e grupo de bombos
21h30 - Cantigas à desgarrada - Concerto Clássico de encerramento pela Academia de Música e Dança do Fundão

Animal

A escritora que aqui divulgo, hoje, é originária do Brasil, mais concretamente Fortaleza, no Ceará. Ana Miranda nasceu em 1951 e é autora de vários livros de Poesia, Romance e Contos. Tem recebido vários prémios e a sua obra está traduzida em línguas diversas.
O conto que aqui edito na íntegra- "Animal" é um exemplo do seu trabalho, neste caso, ao nível da expressão do Erotismo.

Photobucket - Video and Image Hosting

Ele me ama como se eu fosse um animal de estimação, quer que eu seja pálida e tenha olheiras, não ia se importar nada, uma mulher frágil e macia como se fosse feita de pelúcia, quer as minhas veias aparecendo debaixo da pele branca para ver o avesso do corpo, para ter a sensação de que lhe pertenço, para ser mais fácil me matar, desenha com uma caneta imaginária as veias do meu pulso, como se planejasse um corte diz, Aqui você morreria em apenas três minutos e toca na veia do meu pescoço, Aqui em três segundos, encosta um revólver imaginário em meu seio e diz, Aqui morte instantânea sem dor nem sofrimento e dispara enquanto faz o som do tiro em minha boca, seu corpo dentro do meu, Teu corpo é meu brinquedo, Tenho ciúmes desta tua veia que escreve a letra S, digo, Vou ler o que as tuas veias escrevem, ele diz, escreve na minha coxa com uma caneta imaginária e beija a pele onde é mais branca nas partes de dentro das coxas e nas partes de baixo dos braços. Teu corpo é meu diário, Se algum dia eu te deixar quero que me mates, digo, Eu te quero pálida, obedeço, fico branca, ele faz um corte desde a garganta até o púbis, Eu te amo por dentro, quero ver o teu coração, beijar os teus pulmões, arrancar o teu útero, acariciar as tuas finas e longas clavículas, e passa a medir meu corpo, aos palmos as coxas os braços os quadris, cinco dedos de joelhos oito dedos de altura do pescoço, pede que eu mostre os dentes lá no fundo da boca, a língua, as partes mais vivas, as subterrâneas os fossos os torreões, As tuas jóias, passa a unha na minha pele, segue as veias, formas que nascem do movimento, acompanha as variações do meu rosto e a arquitectura dos pensamentos, desce pelo ombro, nenhuma linha reta, as curvaturas da carne e os drapeados dos cabelos, as sombras azuladas dos domos, as ossaturas suspensas, Teu corpo é minha igreja, o corpo é pleno de revelações religiosas, a imagem de Deus, mas há tantos milhões de enigmas no corpo, ele diz quando estou lânguida e toda lhe pertenço, Olhar é amar, olhando continuamente sabemos o quanto se modifica tua geometria, teu corpo é a minha casa, onde finalmente posso me sentir só.


(Ana Miranda- "Animal", in Intimidades. Antologia de contos eróticos femininos. Edição: Dom Quixote, 2005. Fotografia de José Marafona)

quarta-feira, setembro 13, 2006

Workshop de dança e movimento


Workshop de dança e movimento dos 7 aos 70
Sociedade Filarmónica Humanitária
15, 16 e 17 de Setembro 2006


Actividades:

Dança Clássica Espanhola - Marla Navarro

Dança Clássica Contemporanea / Movimento - Yolanda Rodrigues / Carlos Prado

Dança Moderna Hip-Hop - Joana coelho

Organização:

Sociedade Filarmónica Humanitária

Contactos:

Sociedade Filarmónica Humanitária de Palmela
Av. Dr. Godinho de Matos 2950 Palmela
Tel. / Fax – 212350235
geral@sfh.pt - www.sfh.pt

Apoios:

Câmara Municipal de Palmela
Governo Civil de Setúbal
Naturhouse
Spa - Edoína Neto

terça-feira, setembro 12, 2006

Uma Questão de Sexo(s)


No próximo dia 15 de Setembro, sexta - feira, às 18h, o Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva apresenta a nova exposição Uma Questão de Sexo(s).

Os homens e as mulheres serão tão diferentes como pensamos?

Até que ponto os genes e a cultura criam aptidões distintas nos dois sexos? O gosto artístico, a visualização em três dimensões, a facilidade de entender o discurso escrito ou a aptidão para a matemática são algumas áreas que frequentemente se associam a cada um dos géneros.

Durante os próximos 10 meses estas e outras questões serão postas à prova nesta exposição.

A participação activa dos visitantes é essencial: antes de entrarem na exposição recebem uma pulseira com um código de barras que identifica se são do sexo feminino ou masculino; a activação dos módulos da exposição é feita aproximando o código de barras de um leitor, e o desempenho do visitante na tarefa que lhe é colocada é automaticamente contabilizado em função do género.

Portugal é o quarto país onde esta exposição, produzida pelo centro de ciência belga Technopolis, é apresentada. Os resultados obtidos na Bélgica, Holanda e Dinamarca revelam algumas surpresas: de um modo geral, as mulheres prestam mais atenção aos módulos e dedicam um pouco mais de tempo à sua exploração que os homens. No entanto, as diferenças no desempenho verificadas entre os diferentes países são maiores que as registadas entre homens e mulheres, o que parece indicar que as aptidões testadas nesta exposição são mais influenciadas pela cultura que pela genética.

Uma Questão de Sexo(s) estará patente ao público até Agosto de 2007, após o que será possível avaliar quais as diferenças nas aptidões de mulheres e homens portugueses.

Uma exposição a não perder!!!

sábado, setembro 09, 2006

a poesia é um lugar adormecido

Vim para falar com o Senhor Biva. Uma conversa séria. Controversa. Recebe-me mal-humorado. Levo os meus apontamentos sobre poesia, escrita, leituras, etc.
- Senhor Biva, que poetas lê actualmente?
- Todos os maus poetas.
- Como assim?
- É uma questão de aperfeiçoamento. Só um mau poema me dá inspiração para um bom poema.
- Quer dizer que o Senhor Biva escreve com base na mediocridade dos outros autores?
- Um mau poema tem sempre um verso extraordinário. Eu apenas salvo a ideia e transformo-a num poema meu, renovado.
- Mas isso não é considerado plágio?
- Se fizer mau tempo, visto uma gabardina. Se for na rua e chover, abro o guarda-chuva.
- Esses exemplos são para explicar o quê, Senhor Biva?
- São para explicar o plágio e os maus poemas.
- Não tem uma ideia do poema quando escreve?
- De forma alguma. Apenas sinto uma poética do acto quando o poema está a ser escrito.
- E não vai dar ao mesmo?
- É provável, mas com resultados diferentes. Aqueles que escrevem com uma ideia de poema acabam por esquecer a poesia. Voltamos à mesma questão: quem leva o poema já construído para o acto de o escrever, não sente a poesia como coisa viva.
- Escreve-se agora muito sobre teoria da poesia. Quer comentar?
- A teoria está para a poesia como as doenças venéreas estão para o sexo.
- Recordo que o Senhor também teoriza sobre esse tema.
- A teoria dos meus actos só viaja à volta de mim.
- Mas tem uma opinião sobre o assunto?
- Os teóricos que se ocupam sobre a poesia dos outros são caricaturas poéticas.
- Mas são necessários.
- A necessidade neste contexto é a moral do ridículo.
- E os críticos literários?
- A má literatura deve-lhes muito.
- Senhor Biva, quando foi que se descobriu escritor?
- Quando li pela primeira vez o Noddy.
- As suas leituras começaram por aí?
- Essencialmente, sim. Por aí e pelos recortes de jornais que a minha mãe punha na mesa, ao lado do prato para colocarmos as espinhas do peixe e os ossinhos do frango.
- Nunca leu os clássicos?
- O Charles Dickens, sim. E o Júlio Verne. Esses dois passaram lá pela barraca.
- E os filósofos, Senhor Biva?
- Não era assim tão vaidoso.
- A cultura tem a ver com a vaidade?
- Quando se confessa que se leu o Deleuse e o Goethe aos dez anos…
- Mas com essa idade já escrevia.
- Escrevia poemas sobre as pessoas intragáveis.
- Nunca escreveu sobre a natureza; a candura dos amores?
- Sobre o amor, sim. De uma forma negativa.
- Mas era ainda uma criança para abordar o tema por essa perspectiva.
- Tinha a experiência do observador.
- Senhor Biva, e os portugueses? Lia-os?
- Só mesmo o Vergílio Ferreira.
- Como o descobriu?
- Roubei o livro numa barraquinha de livros usados.
- Leu-o?
- Não era para a minha idade. Fiquei desiludido. Roubei-o sem primeiro ver do que se tratava. Na rua, quando li o título “ Cântico Final” percebi logo que se tratava de uma pequena bíblia. Guardei-o para ler no futuro.
- E hoje lê romances escritos por autores portugueses?
- Não leio literatura portuguesa.
- Alguma razão?
- Não especialmente. É apenas por uma questão de estilo cultural.
- Aborrece-o?
- Como pode aborrecer-me uma coisa que não conheço? Às vezes leio umas críticas, algumas entrevistas; oiço-os por aí.
- E que conclusão tira desses contactos?
- A conclusão é que tentam desesperadamente aperfeiçoar os seus livros através das explicações e análises que fazem sobre eles.
- Nunca lhe passou pela cabeça expor-se desse modo? Quero dizer: nunca pensou discutir publicamente uma obra sua?
- A perfeição é uma arte. Não me apetece nada mostrar as minhas tripas.
- Mas há pouco confirmou que teorizava sobre os processos da escrita.
- O que eu faço são autópsias para uso interno.
- Também autopsia poemas medíocres, como fez crer no início da nossa conversa.
- Claro. A poesia é um lugar adormecido; uma necrópole onde os poemas são depositados sem vida.

Publicado por Fernando Esteves Pinto

sexta-feira, setembro 08, 2006

O Multiculturalismo e a tolerância intolerante

(imagem retirada de http://www.flickr.com/photos/saintclow/)



O encontro de culturas enquanto fenómeno não concernirá apenas à nossa temporalidade quotidiana, mas é algo que se pode observar ao retroceder pelos séculos. A Europa, por exemplo, foi sempre um lugar de encontro entre várias culturas, um lugar de choques e de entrecruzamentos culturais.

Ao observarmos esses choques culturais, o que melhor se poderá perceber é um núcleo de intolerância entre as várias culturas, um núcleo que se revela sempre que existe um marcar de posição, ou melhor, que esse marcar de posição se torna necessário para garantir seja a sobrevivência, a afirmação ou a expansão de uma substância cultural. Podemos inferir tal núcleo de intolerância cultural através de vários exemplos, desde as Cruzadas até ao extermínio dos judeus na 2ª Guerra Mundial. O filme Crash (Colisão) é um fiel retrato de como a tolerância apenas serve para escamotear a intolerância.

Se parece óbvio que o terrorismo é uma forma de intolerância cultural, podemo-nos interrogar sobre algo não tão óbvio, mas que de extrema importância – não serão as políticas multiculturais e as ideologias de tolerância multicultural ocidental, paradoxalmente, uma forma de intolerância cultural?

Se partirmos do pressuposto que comportamento gera comportamento, que reacção gera reacção, parece plausível supormos que o terrorismo, por um lado, e as políticas de tolerância multicultural, por outro, sejam os dois lados da mesma moeda da intolerância, o marcar de posições culturais que desencadeiam respostas e reacções recíprocas de intolerância. É o que tentarei demonstrar.

Desde as Cruzadas não se pode dizer que tenham existido alterações profundas na cultura e nas sociedades islâmicas como sucederam ,o ocidente, que, por sua vez, já atravessou duras transformações do seu núcleo cultural, desde a morte de Deus, passando pelos direitos do Homem, pelo Capitalismo, pelos avanços tecno-científicos, até à globalização.


O multiculturalismo ou o plurismo cultural (conceito que se refere à existência de várias culturas num determinado local com iguais direitos e sem qualquer descriminação das minorias), sem esquecer os diferentes contextos especificos de cada país como Brasil, os EUA, a Espanha, a França, a Holanda, a Inglaterra, Portugal, etc., surge, cada vez mais, como um movimento à escala planetária, um movimento inerente ao surgimento de uma Aldeia Global, que não é mais do que uma consequência decorrente dos inevitáveis processos da globalização, dos processos desencadeados pelas novas tecnologias, que impõem um incontornável entrecruzamento, de forma massificada, entre as várias culturas. Este entrecruzamento não concerne apenas ao fluxo global de informações, mas também de pessoas e de capitais.

Torna-se então necessário reflectir sobre o multiculturalismo, não apenas do ponto de vista das especificidades regionais mas enquanto um fenómeno global, e até que ponto a ideologia do multiculturalismo não é o definir de uma posição cultural que em nada é universal (o universal jamais poderá ser redutível ao global), mas que concerne apenas ao movimento actual da essência cultural ocidental. Penso que esse ponto será importante, até porque, nesse definir de posicionamento acaba por estar em jogo o questionamento inexistente (questionamento submetido à não-existência pela máquina capitalista, mas que "insiste" sintomaticamente como o ponto cego dos actos capitalistas) da cultura ocidental sobre a sua própria essencia enquanto cultura apanhada nas malhas da globalização que engendrou (Zygmunt Bauman chega mesmo a afirmar que a Europa está insegura do seu lugar no mundo globalizado), e que se expressa sobre uma discursiva máscara de tolerância estruturadora de toda uma «transgressão denegada» - a real intolerância cultural - que é a sua contrapartida, o seu núcleo oculto de verdade.

Penso existirem poucas dúvidas que a globalização implica um entrecruzamento cultural, um entrecruzamento entre o regional e o global, marcado pela hegemonia e expansão do capital e do mercado, o que nos permite colocar no trilho aberto pela premissa de Slavoj Zizek, de que “a tolerância multicultural é a ideologia hegemónica do capitalismo global”.

O multiculturalismo ideológico ultrapassa os objectivos de construção de uma coexistência pacífica entre várias culturas que têm de forçosamente entrar em contacto umas com as outras no contexto da globalização, isto porque, enquanto ideologia, ela submete todas as "causas" (humanitárias, sexuais, políticas, etc), toda a procura de novas respostas para os problemas com o que a actualidade da globalização nos impõe, a uma instrumentalização que legitime a lógica de mercado e a exploração capitalista. Veja-se o slogan da multinacional Benetton - "todos diferentes, todos iguais", para o capitalista pouco importa, acrescente-se.

Quando Zizek afirma que a tolerância multicultural é a ideologia hegemónica do capitalismo global, ele está também a afirmar que a pertença étnica e a identidade comunitária são "reterritorializadas" à força e sujeitas a um único laço social – o laço do Capital, no qual a tolerância multicultural é fundamental.

Ao contrário do que se possa pensar, o multiculturalismo não é a criação de uma política que permita às populações a manutenção de um tradicionalismo cultural, incentivando-as à tolerância da diferença inter-cultural. Inclusivé, as políticas de tolerância multicultural parecem, mais do que qualquer outra coisa, fazer passar a mensagem de que não é necessário cada um sair da sua posição assumida de superioridade cultural, basta cultivar-se uma certa "indiferença" cultural que permita um espaço para a tolerância. Em relação ao multiculturalismo, Zizek vai mesmo ao ponto de considerar que “o multiculturalismo é uma forma de racismo denegada, invertida, auto-referencial, «um racismo com distância»”.

Pragmaticamente, o multiculturalismo procede através do que Deleuze designou de “desterritorialização capitalista”, uma desterritorialização inerente ao fluxos globais, para instituir uma reterritorialização: neste caso a hibridez cultural. O que fica em causa é o próprio individuo naquilo que é o seu cerne: a sua identidade. Os efeitos desterritorializantes e desinstitucionalizantes da globalização capitalista, ao libertar o sujeito da submissão culturalmente codificada à sua comunidade ou instituição social tradicionais para o reterritorializar ao laço do Capital, conduzem a que a construção das identidades fique des-substancializada da "coisa cultural" e sujeita aos imperativos de uma "esteticização da subjectividade" originadora dos "agenciamentos de subjectidade", de que falava Guattari, "privatizações subjectivas" que implicam que o sujeito deixe de ter pontos fixos de identificação, como é no caso de uma cultura tradicional, sendo obrigado a frágeis identificações híbridas ao que Lacan designou enxames de significantes-mestres (S1).

Desta forma, poderemos ponderar os posicionamentos fundamentalistas e isolaccionistas (como é o caso de determinados grupos islâmicos) como uma barreira, a contrapartida da globalização não universal, o posicionamento de resistência contra a fragmentação cultural e a reterritorialização capitalista híbrida (de certa forma isso está implícito, a meu ver, na afirmação de que os propósitos dos terroristas são o atacar do "nosso" estilo de vida, dos valores que regem a nossa sociedade).

O choque de civilizações descrito por Zygmunt Bauman, que não pode ser desvinculado do que Freud articulou no "Mal-Estar na Civilização", a intrínseca "pulsão de morte" que move a intolerância intersubjectiva real (de que outra forma explicar o mandamento cristão "ama o teu próximo como a ti mesmo"?) enquanto a paródia moderna e «transgressão denegada» das políticas de tolerância, como se observa com a escalada de violência (a diferentes níveis) étnica, a xenofobia e o racismo por toda a Europa e pelo Mundo, não passa hoje, principalmente, pelo choque de afirmação, inerente ao movimento da globalização, de duas identidades culturais com mecanismos completamente diferentes – um fundamentalista, o outro (pseudo)multiculturalista?

A tolerância multicultural em si mesmo configura-se como uma Nova Ordem Global, como uma barreira fantasmática, um véu dissimulador e como a verdade não dita do facto de o sujeito se encontrar em vias de uma desterritorialização cultural e de uma reterritorialização capitalista e democrática, reterritorialização que se pretende global, desde o Afeganistão até Cuba, através da homogeneização das diferentes culturas ao Capital. É desta forma que a tolerância multicultural surge como a instrumentalização ideológica de um fantasma que oculte esse real, o real de que não existe (interesse em) uma verdadeira politização das "causas" e respostas, de uma verdadeira mobilização construtiva, nomeadamente, de novos valores éticos-culturais, face às consequências e desafios de uma globalização que não poderemos continuar a denegar.


É fácil constatar, no nosso quotidiano, o real oculto na instrumentalização fantasmatica da tolerância multicultural. Respeitamos o Outro e toleramos o Outro enquanto ele não revela as suas verdades, o real pulsional da sua essência. Toleramos as sabedorias místicas de Outras culturas, toleramos as suas “verdades turísticas”. Agora quando somos confrontados com verdades como a clitoridectomia, com determinadas torturas tribais, com a pena de morte, o canibalismo, os rituais macabros, com determinadas práticas sexuais tribais com menores (recorri propositadamente a estes exemplos extremos pelo choque que provocam), ou seja, com a própria forma de como o Outro regula o real do seu “gozo” (nos termos de Lacan) cultural, com o Real da Diferença desse gozo, aí a tolerância multicultural detém-se e a imposição dos valores ocidentais promove-se através dos valores democráticos, como os da liberdade e da igualdade.

Uma questão não formulada, entre muitas outras, desta imposição de valores é – em nome do que ou de quem se faz esta imposição? Talvez esta resposta permita desvelar um pouco da conexão entre o terrorismo, como expressão de um certo fundamentalismo islâmico, e o multiculturalismo.

Os valores democráticos como são os da igualdade e da liberdade são fruto de todo um trajecto do mundo ocidental e são significantes que são subjectivados, pelas diferentes gerações, de acordo com esse trajecto histórico. Não existe A Liberdade e A Igualdade, mas igualdades e liberdades. O que também quer dizer que elas não são totais mas parciais, são não-todas, na linguagem lacaniana. Temos uma liberdade parcial e uma igualdade parcial. Os ricos e os pobres não têm a mesma igualdade nem a mesma liberdade perante a justiça, a saúde, a educação, a não ser enquanto uma mediática demagogia discursiva. Para quem se lembrar, casos peculiares não faltam.

Por outro lado, não existe nenhuma garantia de que os valores democráticos sejam os únicos, sejam os que melhor garantam a convivência entre os sujeitos e as culturas. Será o caminho da democracia o único a percorrer, ou essa foi a “solução de compromisso” que o Ocidente construiu para si próprio?

Penso que temos de reflectir e entender que a imposição de valores ocidentais e democráticos noutras culturas poderá desrespeitar e ir contra o seu próprio trajecto histórico. Nada saberemos sobre como países como o Iraque subjectivarão os valores democráticos impostos pelos norte-americanos (que têm também o seu modo singular de subjectivar os valores democráticos). Por outro lado, até que ponto essa imposição não corresponderá ao invalidar da construção de um projecto colectivo de uma verdadeira (e dolorosa) transformação social?

Falta ainda responder à pergunta formulada, sobre os objectivos ocultos da globalização dos valores ocidentais.Essa globalização é também parcial, não é de forma nenhuma casual, nem imparcial e muito menos altruísta.

Peguemos, por exemplo, nas políticas humanitárias e no subsequente habitual intervencionismo militar. Quais os parâmetros que decidem uma intervenção humanitária? Serão imparciais? Como comparar neste campo o que sucedeu em Timor, os massacres na Turquia nos anos 90, o que sucede à vários anos no Sudão e até mesmo o que sucedeu no Líbano, com outras intervenções que são espontâneas e até mesmo unilaterais, como foi o caso do Iraque?

É lógico que a globalização dos valores ocidentais promove-se de acordo com objectivos económico-políticos específicos. Os trabalhos de Noam Chomsky de desmascaramento destes objectivos ocultos são muito ilustrativos e deixam poucas margens de dúvida. A máquina capitalista (política, militar, etc.,) não invalida o projecto de construção social (a menos que se considere que existe qualquer coisa desse tipo no Iraque e no Ageganistão) por ingenuidade. Os objectivos económico-políticos do ocidente estão implicitos nisso mesmo.

Pequemos no caso do Iraque para demonstrar a intolerância da tolerância multicultural ideológica subjacente à expansão da civilização ocidental capitalista.O Iraque foi invadido com a justificação de que existiriam armas químicas. Estas nunca apareceram. Parece-me óbvio que foi uma cabala descarada (que dizer das prisões secretas da CIA. Primeiro nunca existiram. Agora que as provas são inegáveis Bush teve que admitir a sua existência. E amanhã...? O discurso de Bush parece-se, em certa medida, com uma anedota que Freud utilizou para demonstrar os mecanismos do inconsciente: um homem ao receber do seu colega um caldeirão que lhe tinha emprestado constatou que este estava danificado, ao que o outro prontamente lhe respondeu - "primeiro, eu o devolvi em perfeitas condições; segundo, o caldeirão já estava danificado; terceiro, tu nunca mo emprestás-te)

Eu pergunto-me: como se poderá negociar “pela palavra”, como se poderá chegar pela fala a um entendimento multicultural global, se todo o discurso ocidental é um discurso mentiroso, repleto de tramas e enredos ocultos e com o propósito único de dominação capitalista?

Será que não se compreende que com o altruísmo e a mascarada (in)tolerância ocidental, o terrorismo surge como um resposta (até que ponto não é equitamente proporcional às tácticas ocidentais) de evitar a mentira pseudo-consensual da palavra culturalmente democrática, através da violência do real?

Talvez seja tempo de retirarmos as ilacções que temos a tirar do nosso próprio posicionamento ocidental, de um posicionamento que está à deriva e à mercê dos interesses da lógica de mercado. Talvez seja tempo de concluirmos a inconsistência da palavra por que se pauta o discurso verborreico ocidental, da "palavra sem palavra de quem não tem palavra", de recuperarmos a palavra e de ultrapassarmos os nossos sintomas de quem vive numa era "pós-política" regida por "tecnocratas esclarecidos".

Igor

quinta-feira, setembro 07, 2006

Tapafuros - 'Hamlet'

Hamlet é o teatro que encenamos debaixo do céu, há séculos e séculos. Mais uma vez, mais um eterno jogo que jamais terminará. Convidamos pois o nosso público a juntar-se à partida, sendo peça, mais uma, para podermos jogar pela noite fora... Somos peça nesta noite sintrense, única no mundo, irrepetível em sonhos, em perguntas, em mistério. Somos ou não somos? Eis a questão. Sem xeque-mate.
Rui Mário
a Fundação Cultursintra apresenta
Hamlet

de William Shakespeare
encenação Rui Mário
música original Pedro Hilário
pelo Teatro TapaFuros
até 9 de Setembro
Quinta a Sábado: 22h
Domingo: 20h
Quinta da Regaleira – Sintra





Porque TEATRO é CULTURA desenhada a sorrisos e lágrimas em cada espectáculo.

Filo-Café: Inscrições Abertas

Filo-Café: Língua e Literatura Mirandesas

23 Setembro 2006, 21h 30m
Clube Literário do Porto
Rua Nova da Alfândega, 22
Porto
Convidado: Amadeu Ferreira
Inscrições Abertas nas áreas do pensamento, performance, música, poesia, conto-curto.
Inscrições até ao momento:
alberto augusto miranda, alexandra bernardo, alexandre teixeira mendes, aurelino costa, salviano ferreira, sónia alves

As inscrições, totalmente gratuitas, podem ser feitas através do incomunidade@yahoo.com.ar ou através do tm: (00351) 965817337

quarta-feira, setembro 06, 2006

Buscando a Congruência

Como resolver a incoerência entre o que é dito e o que é feito entre os homens? A questão entra na raiz da constituição da própria espécie humana e pode ser posta de outra forma: como estreitar a distância entre o sonho e o objecto realizado que é depois exposto ao mundo? Este é um passo que envolve a transformação de algo densamente subjectivo, o sonho, em algo que habitará no espaço real de forma mais presentemente objectiva. O problema do subjectivo e do objectivo é responsável por inúmeras páginas discursivas na área da Filosofia. Deveras que a carne corrompe o acto, como foi verificado por Chico Buarque e São Paulo, o primeiro, poeta múltiplo da vida quotidiana e, o segundo, homem sábio da devoção religiosa. Os sonhos são coisas idealizadas que mesmo para existirem em seu espaço abstracto, precisam do suporte da carne e isso denota uma natureza inseparável para ambos. Acreditamos que um ponto-chave que possivelmente enfraquecerá a solidez do sonho em processo progressivo de evanescência, até o seu nascimento em coisa deturpada, foi sugerido por David Bohm e F. D. Peat no livro Ciência, Ordem e Criatividade.
Essa caixa de surpresas e complexidade que é o ser humano, sujeito às suas características constituintes, está condenada à eterna luta contra si própria. Uma delas é amolecer a rigidez da infra-estrutura tácita das ideias que a envolve. E esta afecta cada indivíduo por vias internas e externas. A infra-estrutura procede da própria mente humana ao adquirir habilidades, ideias, processos de pensamento e torná-los inerentemente implícitos aquando da execução de alguma tarefa, seja de ordem prática ou teórica. Portanto, a infra-estrutura tácita é uma característica da carne. Na execução de tais tarefas, um cientista, por exemplo, procede embebido no seu método sem indagar os pormenores do que está a executar. Como a Ciência está em constante evolução, historicamente, mudanças podem ocorrer em seus conceitos fundamentais. A gravidade do trabalho científico, em paralelo com a infra-estrutura tácita está na aplicação dos conceitos antigos em problemas imersos em contextos novos, o que pode causar confusão e fragmentação. E esse efeito de amarras nos homens está presente em todos os seus actos seja na Arte, na Ciência, na Religião ou, especificamente, na Política.
Um caminho de libertação que seja, não é definitivo. Contudo é o resultado de uma constante luta contra si mesmo, em simultânea associação com a sociedade que deve mudar em conjunto. Se houver a incompatibilidade entre a mudança de um sujeito e a comunitária, aquele indivíduo que mudou sozinho virará um deus e será eliminado pela incompreensão do mundo com relação às suas ideias.
A constante luta de que falamos é iniciada pelo diálogo. Diálogo consigo próprio isoladamente e em conjunto com o livre diálogo de ideias e pontos de vista distintos, postos lado a lado num ambiente comunitário. Esta é uma assertiva baseada em fundamentos mais profundos de análise científica. Diálogo vem do grego e significa dia = através de e logos = palavra. E a palavra que está referida nesta significação não é a mera propagação sonora, mas sim a raiz dos seus significados. O termo é mais profundo. Segundo Séneca, o discurso é o rosto do espírito Assim, diálogo é o fluxo livre de significado entre as pessoas através da comunicação. Mas reforcemos que esta comunicação deve começar dentro de si próprio. Através do diálogo constante consigo próprio, vários génios de todas as áreas conseguiram romper a barreira da infra-estrutura tácita das ideias e expor para a humanidade novas ideias, conceitos e valores. E isto não lhes foi fácil, rendendo-lhes volumes de horas reflexivas e necessitando de um esforço e desprendimento pessoal de energia enorme. O problema, em grande parte é que, num novo conjunto de ideias sugerido, a sociedade que o escolhe para execução através de seus dirigentes políticos, por exemplo, não está preparada para a compreensão de tais novos conceitos. Faltou-lhe o jogo livre das ideias por parte de cada indivíduo dirigente e a educação da comunidade para se adequar à teoria proposta. Além disso, o próprio conjunto de ideias novas, tem que conter em si uma liberdade para se fazer adequar constantemente às novas situações, reformulações ou imprevistos que possam aparecer eventualmente. Só depois deste processo longo e complexo, a execução prática poderia ser efectuada em constante monitoramento dialogal. Como já disse Voltaire: Se queres conversar comigo, define primeiro os termos que usas. No jogo livre discursivo, nenhuma ideia deve ter supremacia absoluta. Os participantes têm que esquecer o seu ponto de vista de lado, por um instante, para vossas mentes se manterem abertas para receber os novos conceitos do orador que tem a palavra naquele instante. Não pode haver contraste de ideias naquele instante. Os ouvintes têm que apreender as metáforas novas lhes sugeridas, sem erguerem as barreiras causadas por suas próprias ideias. Neste jogo livre, as mentes serão arremessadas para compreensões metafóricas inovadoras e alimentarão o potencial criativo do grupo. Num segundo momento, a sintonia entre a ideia e o acto pode ser alcançada plenamente e a sua distância diminuída aquando da execução.Em suma, acreditamos que este diálogo é o caminho inicial. E tem que ser um diálogo fraterno, livre de disputas, de punições, de gratificações ou de discriminações. Cada indivíduo, em diálogo constante consigo, não pode esperar bonificações, prestígio ou coisa parecida. O homem é um ser que, antes de tudo, comunica consigo, com os outros e com o cosmos, e a incompatibilidade dos seus actos é um resultado materializado não da comunicação, mas sim das falhas e defeitos da comunicação e por isso será um homem sensato aquele que, para decidir um homem está em paz ou em guerra consigo, ligar mais às palavras do que aos factos! (Demóstenes). Somente este diálogo livre e salvo das falhas da comunicação, fomentará o espírito criativo global, possibilitando a libertação das estruturas rígidas e permeando todas as áreas do conhecimento humano, num jogo interdisciplinar para a melhoria da humanidade.

Do Sofrimento e da Felicidade

SOFRIMENTO E CONHECIMENTO

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Todo o sofrimento que não seja ao mesmo tempo conhecimento é inútil. Não te esqueças, visto que sofrer é tão penoso. Em vez de sofrer pela vastidão de um desabamento, sofrer pela sua inutilidade. Não há horror que diminua pelo facto de sofrermos bestialmente; é preciso, pelo contrário, fitá-lo com calma e transformar a sua inutilidade em algo de útil, por meio da contemplação.
Resta saber a realidade actual da morte que, abolindo o sujeito suprime também a contemplação. Mas, então, é ainda mais inútil sofrer. Contemplar até ao último momento, sem pestanejar, continua a ser o sistema mais prático.
... Was't drink up eisel? eat a crocodile?*

*(Que se há-de fazer? Comer um crocodilo?)

O SEGREDO DA FELICIDADE

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Porque é que as pessoas assumem poses e "armam" em dândis, ou cépticos, ou estóicos, ou ainda "sans-souci"** etc? Porque sentem que há uma superioridade no enfrentar a vida segundo uma força, uma disciplina que podemos impor, pelo menos, aos nossos pensamentos.
É de facto aqui que reside o segredo da felicidade: assumir uma atitude, um estilo, um molde onde vão cair e caldear-se todas as nossas impressões e expressões.
Toda a vida vivida segundo um modelo corrente, compreensivo e vital, é clássica.

**(Descontraídas)


(Cesare Pavese- O ofício de viver. Edição: Relógio D'Água, 2004. Fotografias de William Ropp)

segunda-feira, setembro 04, 2006

O Jogador (Partilha Literária)




“No primeiro contacto, tudo me pareceu sujo, moralmente sujo e abjecto. Não pretendo referir-me aos rostos ávidos e inquietos que, às dezenas, às centenas mesmo, assaltam as mesas de jogo. Não vejo, decididamente, nada de indecente no desejo de ganhar depressa e o mais que for possível. Sempre achei inepta a ideia desse bem alimentado e refastelado moralista que, ao alegarem-lhe serem pouco vultuosas as quantias que se jogam, respondeu: «É ainda pior, porque se trata de cupidez perdulária». [...], e quanto a ganhos e perdas, as pessoas, na roleta e em todas as outras coisas, só têm um objectivo: ganhar ou roubar seja o que for a outrem. Serão o lucro e o proveito sórdidos em si mesmo? Isso é outra questão. Não é aqui que a vou resolver. Como eu próprio estava, no mais alto grau, possuído pelo desejo de ganhar, toda essa cupidez, toda essa infâmia da cupidez, se assim quereis, era-me, desde a minha entrada na sala, mais próxima, mais familiar, por assim dizer. Não há nada mais agradável do que não ter perturbações diante os outros e agir abertamente e sem comedimentos. E para quê enganarmo-nos? É a mais vã e a mais considerada das ocupações.”

in
“O Jogador” de Fiódor Dostoiévski [Editorial Presença]

Nesta partilha literária, irei falar-vos um pouco de um dos livros que tenho vindo a ler, nas últimas semanas: “O Jogador” de Fiódor Dostoiévski...
O livro “O Jogador” conta a história de Aleksei Ivánovitch, um jovem provido de um elevado sentido crítico, que após várias visitas ao casino da cidade alemã de Roulettenburg, para ganhar dinheiro para Polina Aleksandróvna (a sua amada), descobre em si a paixão compulsiva pelo jogo, pela roleta. O seu problema agrava-se quando procura enriquecer, à força do “rodar da bolinha”, para conquistar Polina... Será que conseguirá conquista-la? Será que conseguirá vencer o vício do jogo?...Não sei! Ainda não terminei esta leitura... :D ...

domingo, setembro 03, 2006

Exposição do fotógrafo Craigie Horsfield em Lisboa



Até 24 de Setembro, o Centro de Arte Moderna, em Lisboa, vai ter patente uma exposição do fotógrafo britânico Craigie Horsfield. Depois da sua passagem pelo Jeu de Paume, em Paris, a exposição de fotografias a preto e branco de grande escala, feitas ao longo dos últimos 30 anos, chega a Portugal. Além de uma série de imagens caracterizadas por um preto e branco muito escuro e denso, pelo qual Horsfield é muito conhecido, este autor também apresenta uma instalação vídeo. A mostra pode ser visitada de terça a domingo, das 10h00 às 18h00.


CRAIGIE HORSFIELD
De 19/07/2006 a 24/09/2006 10h00 às 18h00
Piso 1 CAMJAP

A obra do fotógrafo inglês Craigie Horsfield tem vindo a tornar-se uma referência para toda a reflexão sobre a representação na arte contemporânea. Desenvolvidas silenciosamente ao longo dos últimos 30 anos, as suas imagens constroem uma presença visual poderosa e absorvente, paradoxalmente construída numa escala discreta e simples.
Exposição organizada pelo Jeu de paume em colaboração com o Centro de Arte Moderna José de Azevedo Perdigão / Fundação Calouste Gulbenkian Lisboa e o Museum of Contemporary Art, Sydney, Austrália.

Palavras na Rua


A Câmara Municipal e a Associação para a Defesa do Património da Região de Beja organizam nos dias 21, 22 e 23 de Setembro, na Biblioteca José Saramago, um encontro de 250 mediadores de leitura, narradores de todo o país e 50 especialistas nacionais e estrangeiros, noticia o 'Diário do Alentejo'. Para além da troca de saberes nas conferências, mais de 15 oficinas trabalham a leitura em voz alta, a escrita criativa, a ilustração, a narração e a animação da leitura. De Beja sairá depois uma estafeta, que durante três meses percorrerá mais de 53 bibliotecas portuguesas, onde se experimentarão novas formas de contar. Cada vez mais as cidades de província organizam eventos culturais e científicos que Lisboa e Porto desdenham. E isso é bom.

Fonte: Notícias Sábado, nº 34 (2 de Setembro de 2006)

Autódromo do Estoril


Já não é preciso ser piloto de competição para poder voar no autódromo do Estoril... para os fanáticos pela velocidade, como eu, esta é a oportunidade ideal para experimentar o prazer da velocidade sem colocar [mais] ninguém em risco. Fenómeno de tradição na Europa é recente em Portugal e está para ficar...

Festa Do Cinema Francês (2006)

Inaugura hoje em Lisboa a 6ª Festa do Cinema Francês, que se prolonga até 03 de Novembro e prevê a apresentação de 29 películas.

Além de Lisboa, a mostra decorrerá no Porto, Coimbra e Faro e inclui uma homenagem na Cinemateca portuguesa à actriz Fanny Ardant, alargando-se também a Festa às FNAC do Chiado, em Lisboa, e de Almada.
Além de Costa-Gavras, também o actor José Garcia, protagonista do filme "Le Couperet", participa hoje na sessão inaugural, no Fórum Lisboa.
José Garcia estará aliás em cartaz com três filmes, no âmbito desta Festa: "Le Couperet", "Après vous" e "Boîte noire".
Outro ecrã desta festa é o canal 2:, da televisão pública, que exibirá três filmes, o primeiro dos quais, "A inglesa e o duque" de Eric Rohmer, já no próximo sábado.
O certame apresenta várias estreias cinematográficas, no auditório do Instituto Franco-Português serão exibidos oito filmes e os restantes no Fórum Lisboa.
Além de Lisboa, a Festa acontece no Porto de 13 a 16 de Outubro, em Coimbra de 17 a 20 de Outubro, contando com a presença da actriz Brigitte Rouan, e em Faro de 01 a 03 de Novembro.
Nas quatro cidades portuguesas serão apresentados os mais recentes filmes dos realizadores franceses Cédric Klapisch, Dominik Moll, François Ozon, Christian Carion, Costa-Gavras e Robert Guédiguian".
A 6ª Festa do Cinema Francês homenageia este ano as escolas de cinema, entre as quais a Superior de Teatro e Cinema portuguesa e a francesa FEMIS, de Paris.

Fonte: Agência LUSA

Terras de Café


É quando o tempo começa a arrefecer, ou mesmo nos dias chuvosos, que mais o frequento. Durante a Primavera "sabe-me" a retorno às minhas origens o cheirinho fresco da relva e o chilrear dos passarinhos. Seja apenas acompanhada por um bom café, um chá especial, a ler, a escrever, a desenhar, a conversar, a rir, a chorar ou até a observar os melros e as andorinhas nas suas brincadeiras, este espaço é dos mais serenos e especiais dos inúmeros que esta cidade tem para oferecer. Aconselho-o, então, a todos os que aqui vivem e a todos aqueles que nos visitam. Além de usufruirmos de um óptimo serviço temos o prazer de ver que aqui a Natureza permanece [quase] intocada. Refiro-me, claro, ao Terras De Café das simpáticas Ana e Paula na galeria comercial do Hotel da Cartuxa [Évora]. ;)
Telefone: 266 706 913

Herdade do Grou


Sugestão de fim-de-semana relaxado longe da azáfama stressante da cidade na Herdade do Grou. Em tempo de vindimas pode deliciar-se com todo o processo do vinho até chegar à sua mesa ou mesmo divertir-se com actividades de turismo rural (cavalos, piscina, barragem, bicicletas...).
Herdade dos Grous, Albernoa
Tel. 284 960 000

Arte Equestre

Visite a Gala da Escola Portuguesa de Arte Equestre, nos jardins do Palácio de Queluz. Dez cavalos lusitanos que apresentam vários exercícios. Para os amantes dos equinos (como eu que até já tive um verdadeiro lusitano) e para todos os outros que apreciam, de forma geral, os animais. Todas as quartas feiras do mês de Setembro às 11h00.

Bilhetes - 8€
Treinos diários abertos ao público das 10h às 13h.

Link: http://www.cavalonet.com/epae/

Festival Internacional de Toronto 2006

Começa esta semana.......................... a janela para os Óscares ;)

Link: http://www.e.bell.ca/filmfest/2006/home/default.asp

sábado, setembro 02, 2006

10º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa


De 15 a 24 de Setembro, os cinemas Quarteto e São Jorge e o Instituto Franco-Português são os palcos do 10º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa que este ano foca os temas da homofobia e da transfobia. Com uma programação genericamente dominada pelas representações das expressões queer, a cinematografia apresentada compete em várias categorias: Melhor Longa-Metragem, Melhor Documentário e Melhor Curta-Metragem. Existem também sessões de Documentário, Fora de Competição (Longa-Metragem, Documentário e Curta-Metragem), Vive la Queeer France, Hard-Night, Retrospectiva Histórica de Cinema LGBT Espanhol, Panorama Circuito Comercial 2005/2006 e Ciclo de Cinema Digital, que decorre entre 25 a 29 de Setembro, no Goethe-Institut.

Mais informações:www.lisbonfilmfest.com

Informações Úteis:
Cinema Quarteto | Rua das Flores de Lima, 16 | 217 971 378
Cinema São Jorge | Av. da Liberdade, 175 | 213 103 402
Instituto Franco-Português | Av. Luís Bívar, 91 | 213 111 400

Bilhetes:3€, 2€