NAS TRILHAS DE UMA GRAMÁTICA ILOCUCIONÁRIA: DISCURSO, POBREZA E IDENTIDADES SOCIAIS
Denize Elena Garcia da Silva
Universidade de Brasília (UnB/CAPES)
Brasil
Com o propósito de propor caminhos que nos permitam descrever e interpretar representações sociais, incrustadas em um contexto de cultura, busca-se discutir práticas discursivas que permeiam a “voz” da media escrita com relação aos excluídos socialmente. O enfoque da análise é balizado pela Linguística Sistêmico Funcional (LSF), na proposta de Halliday (1994), no que concerne à relação entre os componentes do significado de transitividade da linguagem e outros elementos e aspectos da vida social. São examinadas manifestações da questão social sob a lupa da Análise de Discurso Crítica, proposta por Fairclough (2003), associada à categorização de atores sociais (van Leewuen, 1997). Trata-se de um estudo em andamento, de natureza qualitativa, caracterizada por uma triangulação de dados empíricos que envolvem três gêneros discursivos: narrativas espontâneas, colhidas mediante entrevistas com moradores de rua em Brasília, realizadas de acordo com moldes etnográficos entre 2005/2008; textos informativos selecionados da mídia escrita; e documentos publicados no Diário Oficial da União. Os primeiros resultados mostram que as pessoas refletem em seus discursos uma gramática da experiência que se coaduna com as representações sociais decorrentes do contexto de situação vivido. Nessa perspectiva, cabe ao analista do discurso apontar sempre situações de iniqüidades e injustiças sociais e, em condições propícias transformar a gramática da experiência numa bandeira de luta por uma sociedade mais justa.
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