Colecção: Beltenebros
ISBN-13: 9789723712629
N.º de Páginas: 208
15 Euros
Recolhem-se neste volume três das mais terríveis e assombrosas narrativas de Robert Louis Stevenson, valoroso e arrojado escritor escocês que nascera a 13 de Novembro de 1850 em Edimburgo e viria a falecer no outro lado do mundo a 3 de Dezembro de 1894, quase nove anos após a publicação deste seu O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde. Nestas três narrativas — O Furta-Defuntos, Olalla e O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde —, escritas e publicadas no curto espaço de dois anos, o leitor adivinhará facilmente a evolução de um estilo, mesmo no interior do género designado por «literatura gótica».
Da memória do folclore urbano de Edimburgo à experiência inumana e traumática ocorrida num lugar ermo de um país distante e à ousadia científica de um até então ignoto médico londrino vai um passo de gigante, senão no tema, sobretudo na forma: o primeiro conto é-nos apresentado por um narrador anónimo como uma interpretação etílica, mas verosímil, do que poderia ter motivado uma tão estranha e conflituosa relação entre dois antigos estudantes de medicina, integrando-os numa história verdadeira e horrenda que, sessenta anos antes, se tornara tristemente célebre naquela cidade escocesa; a segunda história é-nos apresentada por um outro narrador anónimo, mas que neste caso é também a personagem central da narrativa e, se quisermos, o seu anti-herói; no terceiro e último caso, o tempo da narrativa é fragmentado e o narrador anónimo é, a certo ponto, nitidamente ultrapassado pelos acontecimentos — na verdade, o desenlace da história só é atingido nos dois últimos capítulos, que somente nos dão a conhecer outros tantos documentos redigidos para a posteridade pelos personagens principais, numa manobra sagaz que reforça o apelo ao carácter realista dos eventos descritos.
Fonte: Bad Books Don't Exist
Da memória do folclore urbano de Edimburgo à experiência inumana e traumática ocorrida num lugar ermo de um país distante e à ousadia científica de um até então ignoto médico londrino vai um passo de gigante, senão no tema, sobretudo na forma: o primeiro conto é-nos apresentado por um narrador anónimo como uma interpretação etílica, mas verosímil, do que poderia ter motivado uma tão estranha e conflituosa relação entre dois antigos estudantes de medicina, integrando-os numa história verdadeira e horrenda que, sessenta anos antes, se tornara tristemente célebre naquela cidade escocesa; a segunda história é-nos apresentada por um outro narrador anónimo, mas que neste caso é também a personagem central da narrativa e, se quisermos, o seu anti-herói; no terceiro e último caso, o tempo da narrativa é fragmentado e o narrador anónimo é, a certo ponto, nitidamente ultrapassado pelos acontecimentos — na verdade, o desenlace da história só é atingido nos dois últimos capítulos, que somente nos dão a conhecer outros tantos documentos redigidos para a posteridade pelos personagens principais, numa manobra sagaz que reforça o apelo ao carácter realista dos eventos descritos.
Fonte: Bad Books Don't Exist