sexta-feira, abril 28, 2006

Dia Mundial da Dança - 29 de Abril (Évora)


e...





FADOMORSE + DJ JACOB

Local: Sociedade Harmonia Eborense

Horário: 23h

Org: She-Lab

Apoios: Câmara Municipal de Évora

Ass. PédeXumbo

Informações: Sociedade Harmonia Eborense

Contacto: 266 746 874

Web: soc-harmonia.blogspot.com

terça-feira, abril 25, 2006

Eu Assisti a Uma Festa Linda, Pá!

Évora, terça-feira, 25 de abril de 2006
Ontem, quando Sérgio Godinho encerrava sua apresentação na Praça do Giraldo, em Évora, meio que numa subtil pressa, os fogos coloriram a noite e as caixas de som executaram uma gravação antiga de Grândola, Vila Morena, à capela. Olhei os relógios e percebi que marcavam zero horas. De súbito, consegui captar o sentido daquele ritual cronometrado. Compreendi o sentimento e minha reação foi remeter-me às minhas origens.
Chico Buarque de Holanda daqui e de alhures, como diria o cineasta moçambicano Ruy Guerra, daria o rubro dos cravos a uma de suas canções, ou seria uma prenda sonora dedicada aos irmãos lusitanos, como quem leva um buquê de flores a um amigo querido?
Inicialmente compôs uma letra que foi vetada pela censura brasileira e cuja gravação viria ser editada apenas em Portugal, em 1975. A original desta primeira versão era:
Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim
Em 1978 Chico reformularia a sua letra cuja versão definitiva ficou:
Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
E inda guardo, renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim

Liberdade


Viemos com o peso do passado e da semente
esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente

Vivemos tantos anos a falar pela calada
só se pode querer tudo quanto não se teve nada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada

Só há liberdade a sério quando houvera
paz o pão
habitação
saúde educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir.

Sérgio Godinho
Canções de Sérgio Godinho
Assírio e Alvim

Em 25 de Abril de 1974 o Movimento das Forças Armadas (MFA) derrubou o regime de ditadura que durante 48 anos oprimiu o Povo Português. Nessa madrugada do dia inicial, inteiro e limpo (como poetizou Sophia de Mello Breyner) os militares de Abril foram claros nas suas promessas: terminara a repressão, regressara a Liberdade, vinha aí o fim da guerra e do colonialismo, vinha aí a democracia...

Liberdade... sempre.

domingo, abril 23, 2006

Livro & Filme


Romance alegórico de George Orwell. É, acima de tudo, uma sátira ferozmente crítica da Rússia Soviética e do autoritarismo, tanto sob a figura do capitalismo, como do socialismo, mas é também uma alegoria sobre todas as revoluções. Foi publicado pela primeira vez em 1945 e como, nessa altura, a URSS era aliada da Inglatera, o autor teve alguma dificuldade em publicar o livro.
O Triunfo dos Porcos ou Animal Farm conta também com uma adaptação para o cinema, produzida em 1999 e dirigida por John Stephenson.
A história:
Tudo começa quando um velho porco, o velho major convoca os animais de Manor Farm para uma reunião na qual expõe o sonho que teve: os animais sempre viveram subjugados pelo homem, embora este tenha capacidades inferiores às de qualquer deles. O homem é a única criatura que consome sem produzir - diz ele. O [Velho Major] sonha com a revolução que libertará os animais deste jugo e comunica aos outros o seu sonho, numa canção chamada [Animais de Inglaterra], que expõe a sua filosofia, o [Animalismo]. Três dias depois, o Velho Major morre.
Mas os animais começam a pensar nas suas vidas de outra forma, e organizam-se para preparar a revolução. Nesta altura começam a distinguir-se dois porcos- Napoleão e Bola de Neve. Eles começam a dar forma ao Animalismo quando, alguns meses depois, o Sr. Jones, o dono da quinta, que em tempos fora um bom agricultor e tratava bem os seus animais começa a beber e a maltratá-los e quando um dia regressa a casa embriagado esquecendo-se de alimentar os animais, a rebelião estala. O Sr. Jones ainda tenta reagir, mas é expulso pelos animais, que destroem os chicotes e outros símbolos das sua servidão e festejam a sua vitória comendo uma ração extra.
A quinta é rebaptizada com o nome de Animal Farm - A Quinta dos Animais - e os porcos, considerados os mais inteligentes entre os animais, redigem sete mandamentos que são escritos na porta do celeiro e que passarão a reger a vida da nova quinta:

1º - Tudo o que tem duas pernas é inimigo.
2º - Tudo o que tem quatro pernas ou asas é amigo.
3º - Nenhum animal usará roupas.
4º - Nenhum animal dormirá numa cama.
5º - Nenhum animal beberá álcool.
6º - Nenhum animal matará outro animal.
7º - Todos os animais são iguais.
Mas nada é eterno... o paraíso transforma-se e todos os mandamentos depressa se tornam um só:
Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.
Convido-vos a ler o livro ou a ver o filme. :) Vale a pena!

sexta-feira, abril 21, 2006

ALGUMAS FACES DO CARNAVAL AO LONGO DOS TEMPOS

Os sussurros dos primeiros gritos de carnaval despontaram da mais remota antiguidade. O eco daqueles burburinhos foi capaz de se propagar pelo espaço e pelo tempo, modificando-se através dos séculos de acordo com as tradições de vários povos, seus costumes, suas crenças e seus sotaques. Os motivos greco-romanos para a realização dos gritos de carnaval, eram as celebrações em honra aos seus deuses, cujas festas chamavam-se: saturnais (deus Saturno), lupercais (deus Pã), bacanais (deus Baco), cultos à deusa Isis e ao deus Dionísio. Esses cultos eram caracterizados pela alegria desabrida, pela supressão da repressão e da censura, pela liberdade das atitudes críticas e eróticas como bem nos descreveu o pesquisador e escritor brasileiro Leonardo Dantas Silva no livro Carnaval do Recife.
Já na Idade Média, o carnaval era a festa profana cristã realizada no período compreendido entre a Epifania e o início da Quaresma, este último pontuado pela famosa quarta-feira-de-cinzas. Carnavais eram comemorados através da cavalarias e carros alegóricos, batalhas de confetes, reuniões de mascarados e outras tantas maneiras que se difundiram pela comunidade européia como um todo. Em algumas dessas comunidades, especificamente as portuguesas e espanholas, os carnavais tomaram proporções agressivas, principalmente a partir do século XVIII.
Porém, hoje a alegria e a descontração dominam no festejo carnavalesco. Como bem disse o empresário e carnavalesco Pedro Dueire a respeito do carnaval brasileiro: no carnaval a multidão se incorpora num só pensamento e num só desejo e a alegria do povo é tamanha que não se consegue ver igual em nenhuma das outras confraternizações, por maiores que elas sejam. Daí o carnaval ser tão esperado, porque nele não se consegue individualizar as pessoas ou as coisas, a homogeneidade faz de cada parte um todo e, pelo menos naqueles instantes, o reinado da alegria impera com toda majestade.

quinta-feira, abril 20, 2006

Joan Miró




Este é um dos meus pintores preferidos, Joan Miró, nascido a 20 de abril de 1893. Faria hoje 106 anos.

Para ver mais obras clique
aqui.

segunda-feira, abril 17, 2006

A Ignorância (Partilha Literária)



“A vida do homem dura em média oitenta anos. É contando com esta duração que cada um imagina e organiza a sua vida. O que acabo de dizer é uma coisa que toda a gente sabe, mas raramente nos damos conta de que o número de anos que nos é atribuído não é um simples dado quantitativo, [...], mas faz parte da própria definição do homem. Alguém que pudesse viver, com toda a sua força, duas vezes mais, portanto, digamos, cento e sessenta anos, não pertenceria à mesma espécie que nós. Já nada seria semelhante na sua vida, nem o amor, nem as ambições, nem os sentimentos, nem a nostalgia, nada. Se um emigrado, depois de vinte anos vividos no estrangeiro, regressasse ao seu país natal com cem anos de vida ainda à sua frente, pouco experimentaria da emoção de um Grande Regresso, provavelmente para ele isso nada teria de regresso, não passando de mais de uma das voltas do longo percurso da sua existência.
Porque a própria noção de pátria, no sentido nobre e sentimental da palavra, liga-se à relativa brevidade da nossa vida, que nos proporciona muito pouco tempo para que nos apeguemos a outro país, a outros países, a outras línguas.”


in “A Ignorância” de Milan Kundera [Edições Asa]

Sempre que se fala do escritor Milan Kundera, é inevitável não se falar no livro “A Insustentável Leveza do Ser”, a sua obra mais popular. Talvez o faça num próximo post, não hoje. Hoje quero falar-vos do livro “A Ignorância”, em que Kundera volta usar o mesmo estilo de “A Insustentável Leveza do Ser”: um retrato histórico-social, quase autobiográfico, recheado de uma reflexão filosófica.
No livro “A Ignorância” Milan Kundera conta a história de Irena e Josef, dois emigrantes checos, que se encontram por acaso durante a viagem de regresso ao país natal, e tentam (re)viver uma estranha história de amor, iniciada anos antes de emigração. Mas distância e o tempo distorceram e apagaram as lembranças que cada um tem do passado, o que vai tornar aquele amor mais difícil...

quarta-feira, abril 12, 2006

Festival Internacional de Cinema do Porto de 21 a 29 de Abril em Lisboa - Cinema Quarteto

Programação:

Sexta 21 - Frostbitten - Grande Prémio Fantasporto 2006
Sábado 22 - Offscreen - Melhor Realizador 2006
Domingo 23 - Sword in the Moon - Selecção Oficial 2006
Segunda 24 - Fausto 5.0 - Grande Prémio 2002
Terça 25 - Hair High - Selecção Oficial 2006
Quarta 26 - FAQ - Selecção Oficial 2006 antecedido de "Cicatriz"
Quinta 27 - Johanna - Prémio Especial do Júri antecedido de "Com uma sombra na alma"
Sexta 28 - O Bordel do Lago - Prémio Especial do Júri 2001
Sábado 29 - A Quiet Love - Prémio da Crítica 2006

Todas as sessões têm início às 21h30.
Bilhetes à venda no Cinema Quarteto a partir de 6 de Abril - Rua Flores de Lima, 16
Telf - 217 971 378
Preços - 3€ , Associados - 2,5€, Passe 9 bilhetes - 15€
Informações - Telf - 210 027 150
E-mail - inatel@inatel.pt


Mais informações em: www.inatel.pt/cultura/fantas.html

segunda-feira, abril 10, 2006

Dia Mundial do Livro em Évora


Actividades de 21 a 23 de Abril de 2006

Universidade de Évora
1ªs Conferências no Alentejo sobre Literatura Infantil e Juvenil (CAL)
Dias 21 e 22
Ver programa pormenorizado em:
www.cidehus.uevora.pt


Praça do Giraldo
Praça dos Livros
Dia 22
11h00 -19h00

Biblioteca Pública
Dia 22
17h30
Maratona de Leitura (1ª etapa)
22hoo
Roda de Leitura - Série de "O Bairro" de Gonçalo M. Tavares
24hoo
Sessão de Meia-Noite - Uma tertúlia com poesia, teatro, marionetas, música e contos populares

Dia 23
11hoo - 18h00
Maratona de Leitura (2ª etapa)
18h30
Estreia de "O Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente, pelo Grupo ERA UMA VEZ - Teatro de Marionetas.
Ver programa pormenorizado em:
www.evora.net/bpe

Pintura: James Rosenquist (Grand Forkes, North Dakota, 1933)

The Glass Wishes
"I think we have a free society, and the action that goes on in this free society allows encroachments, as a commercial society. So I geared myself, like an advertiser or a large company, to this visual inflation - in commercial advertising which is one of the foundations of our society" - James Rosenquist
Um dos nomes da Pop-Art. Tal como Lichtenstein, Rosenquist desenvolveu uma forma de pintura baseada em imagens de anúncios mas, ao contrário do seu colega, usava técnicas de ilustração de cartazes.
Convido-vos à [re]descoberta.

domingo, abril 09, 2006

Quiz

Em que filme uma personagem feminina diz a frase: “Só um pode vaguear, dois vão a algum lado.”

Opções:
“Rain Man”, de Barry Levinson
“O Paciente Inglês”, de Anthony Minghella
“Vertigo”, de Alfred Hitchcock


Há 3 filmes que apesar de nos E.U.A. terem obtido a categoria “para maiores de 18” conseguiram arrecadar a nomeação para o Oscar© de melhor filme. “O Cowboy da Meia-Noite” e “O Último Tango em Paris” são dois. Qual foi o outro?

Opções:


“Taxi Driver”
“A Laranja Mecânica”
“Touro Enraivecido”

Para descontrair

Caros leitores deste digníssimo Blog tão sério. Hoje quero fazer-vos rir:

Vão ao Google - www.google.pt - e Insiram "Failure" e carreguem em "Sinto-me com Sorte"

:-)))))))))))))))

sexta-feira, abril 07, 2006

Mário Viegas (n.10 Nov.1948, Santarém- m.01 Abril 1996, Lisboa) "A minha vida é o Teatro e o Teatro é a minha vida"

No 10º aniversário da sua morte, lembramos aqui Mário Viegas que morreu a 1 de Abril 1996, aos 47 anos. António Mário Lopes Pereira Viegas, actor, argumentista e declamador, popularizou-se pela sua potente voz e atitude crítica e pelo seu característico estilo de humor, através das principais dramaturgias contemporâneas e da televisão em programas de divulgação de poesia, como “Palavras Ditas”, “Palavras Vivas”, Marginalidades na RTP2
Foi também foi um dos fundadores da Companhia Teatral do Chiado e um dos fundadores do Novo Grupo e do Grupo 4.
Foram vários os prémios que recebeu. A Casa da Imprensa distinguiu-o com dois galardões e a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro premiou-o quatro vezes. Recebeu ainda o Prémio Garrett, o Prémio de Honra do Festival de Teatro de Sitges e o Prémio de Melhor Actor no Festival Europeu de Cinema da Corunha (ambos em Espanha).
Em 1993, a Câmara Municipal de Santarém atribuiu-lhe a Medalha de Mérito e, em 1994, tornou-se comendador da Ordem do Infante D.Henrique.
Da sua passagem pelo cinema registam-se os seguintes títulos:
Agora para lembrar este «génio artístico» poderemos ver uma exposição que estará patente na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), em Lisboa, constituída por fotografias do actor, de cena, em ensaios ou de promoção, e que foi apresentada no Museu Nacional do Teatro em 2001, além dos textos originais, manuscritos e dactilografados, de sua autoria em exposição pela primeira vez.
Ainda da responsabilidade do jornal Público e apresentada por Júlio Isidro, no Centro Cultural e Regional de Santarém - Fórum Actor Mário Viegas, é a colecção de 12 CDs que homenageia Mário Viegas com design gráfico de José Santa- Bárbara. A colecção integra a reedição digital dos dez álbuns de poesia editados pelo actor e inclui ainda dois inéditos compostos por "gravações em cassetes" que José Niza, autor dos livros que acompanham cada CD com a poesia declamada e uma biografia de partes da vida do actor, desde a sua infância e adolescência em Santarém até à sua morte, encontrou na casa de Mário Viegas, na residência da mãe e na Companhia Teatral do Chiado, em Lisboa, por ele fundada.



Ver mais em:

http://www.revista.agulha.nom.br/ag34viegas.htm

http://www.companhiateatraldochiado.pt/

ou o Documentário MÁRIO VIEGAS... E TUDO

Portugal, 1997
Betacam SP, cor, 59
´ProduçãoRTP [Fernanda Teixeira]
Realização/Argumento Maria João Rocha
Fotografia Jorge Meireles
Música Luís Cilia
Som José Courinha

quinta-feira, abril 06, 2006

"Downlodar" é crime?

Quem já não ouviu isto nas noticias? As multas poderão ir até aos 5000 euros, quem for "apanhado" a roubar músicas da Internet...

Pois bem, é altura de acalmar o pânico de milhares de pessoas e de pais preocupados com o que os filhos fazem no computador.

1º - Os chamados "processos" vão ser criados pela SPA (Sociedade Portuguesa de Autores) e/ou pela IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica). Neste ponto, há uma coisa que deve ser clara: nenhuma destas instituições tem autoridade para passar multas a quem quer que seja. O objectivo (imoral) é assustar os utilizadores de Internet e levá-los a pagar uma indemnização até 5000 euros, ou será levado a tribunal. Isto pode ser visto como chantagem, uma vez que ou pagamos, ou levamos com um processo. Estas empresas que vão enviar as tais cartas, não estão a agir através de um processo judicial (pois seria muito dispendioso processar individualmente milhares de pessoas) mas sim através de um processo civil. Que relevância jurídica tem isto? Nenhuma! Simplesmente ameaçam as pessoas e metem medo. Se alguma pagar, melhor. Se ninguém pagar, encolhem os ombros e passam ao próximo. De facto há leis em Portugal, mas não são estas empresas que as escrevem.

2º - Onde está essa informação, e quem decide que valor é que se vai pagar? Em Portugal só há uma maneira de obrigar as pessoas a pagar multas ou indemnizações: o tribunal! Como o Bill Gates disse: "O nosso computador é tão confidencial como a nossa conta bancária". Sem processo em tribunal, ninguém (nem mesmo estas entidades) podem acusar, vigiar, espiar, exigir, passar multas, pedir indemnização, ter acesso ao vosso computador, ou "consultar" que downloads fazem.

3º - Para os menos entendidos, quem tem ligação à Internet, liga-se através de um IP (ex. 255.255.255.255) e mais nenhuma informação é transmitida (e atenção a isto).
Quem mantém o registo a quem pertence cada IP ligado, é apenas a empresa de Internet a quem contraram o serviço (ex. Netcabo, Cabovisão, Sapo, Clix, etc.). Neste caso, só com um processo judicial é que a vossa informação confidencial é disponibilizada. Ou seja: receberam uma carta a pedir uma indemnização. Muito bem, há processo judicial a decorrer em tribunal? Não? Então a carta não vale nada. E se quiserem ir mais além, contactem o vosso fornecedor de Internet e perguntem como é que a determinada instituição obteve os vossos dados, sem autorização do tribunal. E se ainda quiserem ir mais além, iniciem um processo contra o vosso fornecedor de Internet, ou contra a instituição que vos "ameaçou".

4º - Quem faz download de qualquer tipo de ficheiros da Internet (seja musica, filmes, fotografias) é apelidado de "pirata informático" pela comunicação social. Mas há uma grande diferença entre fazer download e desfrutar desse mesmo download no conforto da vossa casa, e de fazer download de filmes e música e ir vender para a feira da ladra, ou qualquer outro local. Quem lucra com estes negócios de downloads para vender posteriormente, é que deve ser apelidado de pirata informático. Ou será que quando se gravava as telenovelas e os filmes da televisão em cassetes, também era chamado de pirata da televisão? É exactamente a mesma coisa. Em vez de copiarem da televisão, copiam da Internet.

5º - Neste momento, em Portugal não há nenhuma lei relativamente à pirataria informática (pelo menos explícita) e em que base se suporta, ou que diferenças existem entre consumo próprio ou para venda. Da mesma maneira que não há qualquer precedente de tal situação. Todos aqueles anúncios no cinema, nunca deram em nada nem nunca ninguém foi preso. Eram só campanhas!

6º - Se estivessem a infringir alguma lei, acham que seriam enviadas cartas para pararem com os downloads e a serem convidados a pagarem de livre vontade? Também ninguém manda cartas a um ladrão para parar de roubar no metro e entregar-se na esquadra mais próxima, ou a um assassino para parar de matar os vizinhos com a caçadeira, e para se dedicar à agricultura. É absurdo! Se neste país nem uma pessoa que viola crianças vai presa, quanto mais nós que nos recusamos a pagar multas! Tirar músicas da Internet dá multa até 5000 euros. E andar a 120km/h dentro de uma localidade dá 500 euros? Passar um sinal vermelho menos que isso? Desencadear um acidente em cadeia na auto-estrada porque se bebeu demais fica-se sem carta? Acham justo? Tirar músicas da Internet é que é mau para a sociedade, e os perigosos somos nós, não?

7º - Recentemente em França foi aberto um processo pelas indústrias e editoras similar a este, e até foi feita uma petição em tribunal para ser criada uma lei que punisse quem fizesse downloads da Internet. No entanto, o Juiz recusou-se alegando que se estaria a violar a divulgação cultural. Temos o direito de experimentar o produto antes de o comprar, ou não?

8º - Quem acham que perde com isto tudo? O terror instala-se, as pessoas começam a parar de fazer downloads, e a Internet em casa passa a ser usada para ver páginas e ler o e-mail. Quem precisa de grandes velocidade para isso? Ninguém...assim os consumidores começam a cancelar a Internet, ou a passar para uma mais barata. E quem sofre? O fornecedor de Internet.

9º - Há vários cantores e grupos de música nacionais que culpam a "pirataria" das baixas vendas que os seus álbuns conseguem no mercado. Esta é a lista de vários artistas que lutam contra a pirataria:

Ágata, Agrupamento Musical Diapasão, Aldina, Alfredo Vieira de Sousa, Ana Moura, António Cunha (Uguru), António Manuel Ribeiro, António Manuel Guimarães (Magic Music), Banda Lusa, Blasted Mechanism, Blind Zero, Bonga, Boss AC, Camané, CantaBahia, Carlos do Carmo, Carlos Maria Trindade, Carlos Tê, Clã, Cristina Branco, Da Weasel, Danae, David Fonseca, Dealema, Delfins, DJ Vibe, Dulce Pontes, Emanuel, Expensive Soul, Fernando Rocha, Filipa Pais, Fingertrips, FNAC, GNR, Gutto, Iran Costa, Íris, Jaguar Band, João Afonso, João Gil, João Monge, João Pedro Pais, João Portugal, Jorge Cruz, Jorge Palma, José Mário Branco, Liliana, Lúcia Moniz, Luís Cília, Luís Represas, Luísa Amaro, Mafalda Veiga, Manuel Faria, Manuel Freire, Manuel Paulo, Mão Morta, Marante, Maria João&Mário Laginha, Mário Fernandes, Mariza, Ménito Ramos, Mesa, Miguel&André, Miguel Guedes (em nome individual), Mind da Gap, Místicos, Mónica Sintra, Paula Teixeira, Paulo Ribeiro, Pedro Abrunhosa, Pedro Ayres Magalhães, Pedro Oliveira, Pedro Osório, Quatro Cantos, Quim Barreiros, Quinta do Bill, Rádio Macau, Rita Guerra, Rodrigo Leão, Rosita, Rui Bandeira, Rui Veloso, Santamaria, Sérgio Godinho, Teresa Tapadas, The Gift, Toranja, Toy, Tozé Brito, UHF, Vitorino, Wraygunn, Xutos e Pntapés, X-Wife e Zé Peixoto.

Por favor, e peço-vos que metam a mão na consciência: Quem é a pessoa com com alguma inteligência que se vai a meter a fazer download de músicas da Ágata? Ou da Rosita? Ou do Agrupamento Musical Diapasão? Ou pior, do Iran Costa?

10º - Ora vejamos:

Fim da Pirataria –> Menos Utilizadores da Internet –> Choque Tecnológico por água abaixo –> Portugal país cada vez mais atrasado a nível europeu

Fim da Pirataria –> Menos Utilizadores da Internet –> Menos lucros dos ISP's –> PT apresenta prejuízo -> Portugal país cada vez mais atrasado a nível europeu

Fim da Pirataria –> Aumento dos Processos que se acumulam nos tribunais –> Justiça mais lenta –> Portugal país cada vez mais atrasado a nível europeu

Fim da Pirataria –> As pessoas não vão comprar Cd's só porque a pirataria "acaba" ou diminui podendo mesmo criar uma certa "revolta" contra as editoras e afins –> O povo começa a cagar para os artistas –> Menos lucros para editoras e artistas –> Mundo da música e não só com dificuldades –> Portugal país cada vez mais atrasado a nível europeu

Continuamos...?

11º - Ok, concordo que os direitos de autor têm que ser protegidos. Mas não concordo que um simples CD de música cujo custo de fabrico ronda 1 euro, seja vendido por 15/20 euros, em que apenas cerca de 2 euros vão para os artistas. E ainda têm a lata de chamar piratas a nós?

12º - Concluindo, não se deixem vencer pelo medo. Não digo para olharem para o lado caso recebam essas cartas, mas sim que se informem e que pesquisem as maneiras legais de se fazer o correcto. Informem e mantenham-se informados, pois basta haver um decréscimo dos utilizadores deste tipo para essas empresas pensarem que podem fazer tudo e que podem ganhar.
Eu posso considerar-me culpado, mas sou culpado, não por fazer downloads de musicas e filmes mas pelo facto de fazer parte da classe média que mal tem dinheiro para pagar a renda de casa, e ainda faz um sacrifício enorme em pagar 60€ pela Internet, mais não sei quantos euros pela tvcabo, mais não sei quantos euros pelo telefone, mais não sei quantos euros pela assinatura mensal do telefone, e de trabalhar de sol a sol. Mas NÃO SOU CULPADO, pelos roubos de ministros, deputados, e administradores de empresas estatais, pelos buracos financeiros que causaram a empresas estatais. NÃO SOU CULPADO, pelo buraco financeiro em que o pais se encontra, e muito menos pelo valor do défice 6,8.

Agora só vos peço para levarem a vossa vida atrás do computador calmamente, não castiguem os vossos filhos por algo que não estão a fazer, e acima de tudo, divulguem toda esta informação, para que essas empresas que vêm do estrangeiro, não pensem que somos uma cambada de saloios e que nos podem meter medo!

PS: Considerem isto uma opinião pessoal..

Este texto apareceu no meu email, achei interessante para divulgar.

quarta-feira, abril 05, 2006

Os dias da Criação - Convite do Blog "Incomunidade"

A Incomunidade e a Casa da Eira Longa organizam OS DIAS DA CRIAÇÃO nos dias 13 e 14 de Maio de 2006 em Vilar, Boticas (Trás-os-Montes).
Desejam a presença diversificada de criadores galegos e transmontanos, nas distintas áreas da criação: Audiovisual, Escrita, Performance, Música, Pintura,Fotografia, Pensamento, Artesanato, Escultura.
Apesar de se tratar de um encontro de âmbito regional não haverá qualquer segregação relativamente à presença de criadores que fisicamente tenham nascido noutras paragens.
Inscrições e informações: +351. 960238922 +351.965817337
O programa está assim evoluído:
Dia 13:
10h: Mesa sobre as relações entre Galiza e Trás-os-Montes; As trocas artísticas entre criadores; A criação trocada por meio electrónico; Criação de associações de criadores; A arte dos criadores – que Arte?
15h: Inauguração de uma exposição colectiva de artistas visuais da galiza e de trás-os-montes
16h30: Ida aos despovoados circunvizinhos: Percepção corporal da paisagem, o corpo como paisagem, o corpo como uma parte da paisagem
22h – Performances: Poesia, Música, Teatro, Conta-contos, curtas-metragens
Dia 14:
11h – Mesa destinada a desencadear os futuros passos que retirem o carácter efémero a estas iniciativas. Designação material do próximo acontecimento. Críticas ao encontro. Elaboração dos items que constarão da publicação das Actas.
Propostas de publicação de obras de autores presentes em OS DIAS DA CRIAÇÃO
14h – Almoço de encerramento
Alberto Augusto Miranda
Av. D. Carlos I, 61-1º1200-647
Lisboa
Portugal
Tm: +351.965817337

segunda-feira, abril 03, 2006

Grito (Partilha Literária)



“Estou num tempo impensável, cheguei a casa e a casa estava vazia, isto é, os sinais de quem a habitara, permaneciam — os óculos na mesa-de-cabeceira, o livro com a marca de leitura, a mala feita para as férias, o estojo com o pó-de-arroz e o baton — mas estava morta a pessoa desses sinais, ando por esta paragem súbita como um estranho, abro a porta do quarto e chamo: mãe: o som do nome come os resíduos da tua presença, a sombra pesa sobre a palavra, mas não a interrompe, prolonga-a até a tornar insuportável.
Choro a voz desmesurada.
Pela janela, o jardim espreita-me.”


in “Grito” de Rui Nunes [Relógio D’Água Editores]


Não sei dizer se comprei este livro, ou se me foi oferecido, apenas sei que “redescobri-o” à uns meses atrás, durante umas arrumações, sem que soubesse dizer se já o tinha lido... A verdade é que não o tinha lido mesmo...Já vós conto o porquê...
Rui Nunes parece ser um escritor desconhecido, apesar de este romance ter ganho o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, em 1997, para a maioria dos leitores comuns, como eu. Uma possível explicação para que a obra literária de Rui Nunes permaneça no anonimato prende-se com o estilo da sua escrita... Foi este o motivo, pelo qual eu não li este romance na primeira vez que me veio parar às mãos. Por muito que me custe admiti-lo, tenho de reconhecer que não tinha a maturidade necessária para ler um livro como este: o livro tem uma leitura difícil e complexa, que exige a atenção do leitor. Mesmo assim, creio que alguns de vós que não conhecem o autor, ficarão curiosos o suficiente para lerem o livro...
Esta seria a altura que eu contaria um pouco da história do livro... Não o farei porque este livro é romance de sensações, dolorosas e desagradáveis; psicológicas e físicas, dos seus personagens, e em que a ideia da morte paira do princípio ao fim, algo demasiado complexo para resumir sucintamente. Além disso, correria o risco de deturpar a ideia principal do romance. Espero que compreendam...