Jorge Molder JM 014 Untitled - T.V. Series 1995
Esta nem é das obras dele que mais me fascina mas online torna-se complicado encontrar as que mais gosto... bem... o meu computador só me limita :(
Esta nem é das obras dele que mais me fascina mas online torna-se complicado encontrar as que mais gosto... bem... o meu computador só me limita :(
Escolhi, hoje, este artista porque adoro o trabalho dele. Acho-o fascinante! E, enquanto estudante, pretendo fazer "dele" (leia-se a sua obra) fruto de grande estudo (se calhar não devia revelar isto... ) o tema interessa-me particularmente... vendo bem esta temática do simulacro, do autor e do "outro" tem TUDO a ver com a literatura. Isto é um mar de possibilidades para comprovar as teorias que quero defender em relação à criação. Por isso, e se vos interessar, aqui fica um convite a descobri-lo. Existem vários livros muito bons (e um, em particular) com o trabalho dele.
Confesso-vos que a primeira vez que estive frente a frente com alguns dos seus trabalhos foi em Lisboa e, não minto, estive (talvez) uns 10 minutos a olhar 2 das suas obras. A pessoa que me acompanhava ficou ligeiramente incomodada ;) mas se conhecerem a obra dele (e me conhecerem) e/ou estiverem frente a frente com alguns dos seus trabalhos vão perceber... ;)
O trabalho de Jorge Molder é sobre a duplicidade. Esta duplicidade parte de uma ficção sobre um outro, personagem que o artista constrói a partir da utilização do seu próprio corpo em auto-retratos. De facto, as fotografias em que Jorge Molder usa o seu próprio corpo - ou o seu rosto - deixam de ser auto-retratos, porque a figura que neles surge não resulta de nenhuma busca de autenticidade no interior do seu autor, mas, pelo contrário, são figuras ficcionais. A característica mais marcante desta persistência na duplicidade é a sua não-resolução numa narrativa, apesar da permanência da ficção.
Jorge Molder nasceu em 1947 e recebeu a sua formação na área da Filosofia. Desde 1977, data em que fez a sua primeira exposição individual, tem efectuado numerosas exposições individuais e colectivas em prestigiadas galerias, centros de arte e museus, em Portugal e no estrangeiro. Em 1994 foi artista convidado da 22ª Bienal de São Paulo e em 1999 representou Portugal na 48ª Bienal de Veneza. Actualmente vive e trabalha em Lisboa. A sua obra encontra-se representada em inúmeras colecções públicas em Portugal e no estrangeiro.O trabalho de Jorge Molder constitui-se como um conjunto de simulacros. Simulacros de personagens, simulacros de ficções, narrativas ainda por acontecer. Não se pode falar aqui de auto-representação, de auto-retratos. São personagens criadas pelo artista, em que ainda é reconhecível, mas que já não é ele próprio, é um outro, eternamente repetido e eternamente diferente, novo.
Para quem se interesse e esteja em ou perto de Évora... pode visitar uma das suas obras na Fundação Eugénio de Almeida [desculpem mas esqueci-me até quando estará patente a actual exposição de arte contemporânea lá - onde também encontrei um quadro maravilhoso de Ana Hatherly (uma poetisa de adoro), Michael Biberstein, Martinha Maia (que adorei, particularmente!), Pedro Proença, Inês Botelho, Diogo Pimentão, Álvaro Lapa, Jorge Martins e André Laranjinha... só para citar aqueles que mais me marcaram ou já conhecia!] Aconselho vivamente que visitem esta exposição em particular e a própria Fundação... que tem um cafezinho perfeito (um meu refúgio) para conversas interessantes acerca de Arte e outras ;)
Fontes: