quarta-feira, janeiro 25, 2006

Philip Guston (Partilha Pictórica à Quarta)

Sleeping, 1977
Nasceu em 1913 em Montreal (Canadá) e morreu em 1980 em Woodstock (EUA)
Encontrei este artista, por acaso, numa pesquisa para Literatura Portuguesa Contemporânea... pois é, gosto de analogias estranhas entre Literatura e Arte... :)
Uma característica das obras de Guston é o facto de estarem muitas vezes ligadas por uma árvore genealógica - muitas pinturas foram desenvolvidas a partir de elementos de trabalhos anteriores.
Dizia ele:
"Pintar é voltar sempre a começar pelo princípio, sendo-se, no entanto, incapaz de ignorar os argumentos habituais sobre o que te vês a pintar. A tela na qual se trabalha modifica as anteriores numa cadeia infindável, desconcertante, que parece nunca terminar."
Philip Guston não gostava de ser considerado expressionista abstracto e opunha-se à ideia de que a pintura podia ser inteiramente realizada através de uma simples auto-investigação do meio.
Dizia ele, na década de 1960:
"Aliás não me recordo de em nenhum dos encontros que tive com pintores daquele período, essa palavra ter sido trocada. Ninguém alguma vez disse, sou expressionista abstracto tal-e-tal."
No início da década de 1950, a pintura de Guston consistia em pinceladas verticais e horizontais, aplicadas espessamente, ou cruzando-se e neutralizando-se mutuamente, tornando-se mais densas em direcção ao centro da pintura e aumentando a intensidade da cor. É como se uma espécie de véu em movimento, "uma neblina de tons atenuados" tivesse sido colocado sobre os motivos. Esta orientação axial das pinceladas tem sido muitas vezes comparada às pinturas de Piet Mondrian (conhecem? poderá ser um próximo post), dos meados da década de 1910.
Gaston descreveu as obras - figurativas ou abstractas - de artistas que o estimulavam como sendo "organismos vivos" e o processo de pintura como um diálogo com a pintura, cujo significado era de fácil acesso até para o próprio pintor.
Alguns críticos consideravam a sua pintura uma repressão de experiências traumáticas, privadas ou sociais, nas décadas de 1930 e 1940 e que voltaram como uma "vingança" em finais da década de 1960. Na década de 1930, por exemplo, as suas pinturas estavam repletas de actos macabros dos racistas do Ku Klux Klan - um motivo que voltou a aparecer nas suas pinturas na década de 1960.
Um artista para relembrar ou descobrir...
Fonte:
Taschen
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