terça-feira, novembro 14, 2006

não sei se alguma vez viste
crescer a morte sobre um corpo

é como uma infância
de que se desconhecem os modos
ou o lento estalar de um vidro

são como imagens as imagens
partidas esse abandono de partir
o que em água viram os olhos

por esse lençol subido de silêncio
sobe nu de tempo um homem
com mãos devagar de luz
a morte cresce com ele
é o seu corpo que poderá ser
a palavra

Pedro Sena-Lino

Descobre mais em Os Meus Livros, nº 45 ou AQUI