sábado, julho 14, 2007

Make some Noise - Save Darfur


John Lennon procurou a compreensão entre os povos. E não lutou em vão. A sua música foi regravada – graças à cedência de Yoko Ono dos direitos de autor à AI - por mais de 60 artistas mundialmente reconhecidos. Foi disso que tratou o lançamento dia 2 de Julho de “Make Some Noise, Save Darfur”. Um gesto a favor das causas da Al, em particular para permitir ajuda humanitária ao Darfur, Sudão. Uma crise que dura há quatro anos e que arrasta consigo mais de 200 000 mortes e milhões de vítimas.
Fazer música é poder expressar o que sentimos, pensamos ou simplesmente desejamos. São sons, palavras que procuram um eco. As mensagens de John Lennon ganham um novo sentido e chega às novas gerações.

Assim e desde 2 de Julho pode contribuir para a defesa da população - que hoje maiores ataques está a sofrer aos seus direitos humanos – ao comprar o álbum “Make Some Noise, Save Darfur”. Este será distribuído pela Warner Bros. Records. Desde já pode aceder ao álbum através do sistema iTunes.

São muitas as estrelas que decidiram iluminar mais este percurso na defesa dos direitos humanos. O álbum da Warner Bros. Records é constituído por 2 CD’s de 28 canções regravadas (segundo as faixas de músicas) por:

U2, R.E.M., Christina Aguilera, Aerosmith, Sierra Leone’s Refugee All Stars, Lenny Kravitz, The Cure, Corinne Bailey Rae, Jakob Dylan, Dhani Harrison, Jackson Browne, The Raveonettes, Avril Lavigne, Big & Rich, Eskimo Joe, Youssou N’Dour, Green Day, Black Eyed Peas, Jack Johnson, Ben Harper, Snow Patrol, Matisyahu, The Postal Service, Jaguares, The Flaming Lips, Jack’s Mannequin, Mick Fleetwood, Duran Duran, A-ha, Tokio Hotel, Regina Spektor.


ImageNo álbum já disponível no iTunes (em arquivos de música digital), poderá ouvir 10 canções – extra - de John Lennon revisitadas por Gavin Rossdale, The Deftones, Ben Jelen, Meshell Ndegeocello, Rocky Dawuni, OAR, Widespread Panic, Emmanuel Jal, Fab Faux e Yellowcard.

Para mais informações consultar o site www.noise.amnesty.org

Esta é uma acção que pretende apoiar a população vítima desta crise dos direitos humanos e de outras suas violações, paralelamente a uma petição que pode desde já assinar.



A petição que pode desde já salvar vidas

Em conjunto com a comunidade internacional – governos e organizações não governamentais - a AI tem pressionado as autoridades governamentais e os grupos rebeldes no Sudão a pararem de imediato esta catástrofe humanitária.

A AI lançou uma petição global que apela ao governo sudanês para um reforço da segurança no país. Pede para que deixe entrar no seu território 20 000 capacetes azuis (forças das Nações Unidas) para se juntarem aos esforços da União Africana no terreno no restabelecimento da paz.

Apela às autoridades do governo central de Cartum – que nega apoiar milícias e que tem resistido a pressões internacionais para controlá-las – para terminarem os ataques contra os civis, desarmarem a milícia regional (a Janjawid) e deporem as armas. Insiste – junto das fronteiras – para que alimentos e medicamentos possam chegar.

Em 2003 e 2004, a AI forneceu alguma da documentação primordial – como seja relatos a partir do terreno – que alertavam para a catástrofe eminente no Darfur. Tem actuado no Sudão mediante o envio de investigadores em 2004. Em 2007, a AI já enviou mais duas missões e está hoje com mais duas planeadas.

O desenrolar da crise

Assassinatos, tortura, destruição de casas, deslocações forçadas e violência sexual são crimes qualificados contra a humanidade num tribunal internacional. E o Darfur é, infelizmente, um dos seus principais palcos.

Quatro milhões e meio de sudaneses (dois terços da população) estão em risco no Darfur. Mais de 200 000 pessoas morreram em resultado directo do conflito vivido no país. Os deslocados são mais de dois milhões e meio, milhares os dispersos na República Centro Africana.

Duzentas e quarenta mil pessoas tiveram de se refugiar no Estado vizinho Chade e cerca de 100 000 naturais do Chade saíram, por sua vez, do seu país. Seres humanos a quem a ajuda internacional não consegue chegar, nem sob a forma de alimentos, nem de medicamentos, nem de defesa.

A crise dura desde 2003 desde que o governo sudanês incorporou no seu exército a milícia muçulmana de origem árabe Janjawid (que quer dizer o “diabo chegou a cavalo”). Isto, para acabar com os levantamentos de rebeldes – de minorias étnicas como Fur, Massaleet e Zagawa – que alegaram, por sua vez, serem vítimas de abusos.

Esta situação tem origem em tensões antigas e centra-se em rivalidades étnicas numa zona do Sudão onde os árabes – principalmente nómadas - não constituem a maioria e lutam pelos recursos. A escassez crescente de terras leva a uma partilha, muitas vezes forçada, das propriedades dos agricultores com os nómadas.

O conflito de 2003 deflagrou no Darfur (oeste do Sudão) dadas agressões de rebeldes contra o governo sudanês, localizado em Cartum. Hoje, no Chade - na fronteira com o Sudão – crê-se que milícias deste país também actuem contra a população. Já foi assinado um tratado de paz mas o contínuo ressurgimento de grupos rebeldes tem levado a sucessivos adiamentos.

Entretanto, o povo de Darfur encontra-se no meio deste fogo cruzado e é vítima do que podemos considerar uma limpeza étnica. Ajude pode ser parada com a sua ajuda.

Assine a petição da AI na página www.amnesty.org/noise